da Agência Folha, em Ouro Preto

Seis imagens de santos, incluindo duas atribuídas a um artista anônimo do século 18 conhecido como Mestre de Piranga, foram roubadas apenas um mês após serem expostas pela primeira vez, em Belo Horizonte.
A Ilustrada noticiou a exposição, realizada no Tribunal de Contas de Minas Gerais, no primeiro semestre do ano passado. Até então, o Mestre de Piranga era conhecido apenas por especialistas em arte barroca, pois o estudo de sua obra começou há oito anos.
O delegado de Piranga (190 km a sudeste de Belo Horizonte), Mauro Francisco de Melo, conta que, após o roubo, panfletos anônimos circularam na cidade atribuindo a responsabilidade ao prefeito e ao padre da cidade, que haviam cedido as obras para a exposição.
Melo, no entanto, inocenta os organizadores da exposição, afirmando que os ladrões já conheciam as obras e seu valor.
Os restauradores Marcos Machado, 37, e Walter Antônio Gomes, 45, presos em abril passado, confessaram o furto.
Eles disseram ter arrombado facilmente a porta de igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Piranga. O roubo só foi descoberto na manhã seguinte. A partir de seu depoimento, a Polícia Civil de Minas Gerais conseguiu recuperar quatro das imagens, no valor estimado de R$ 70 mil.
Continuam desaparecidas uma imagem de Nossa Senhora do Rosário e outra de Santo Antônio, além de quatro castiçais de madeira. No inquérito policial, elas foram avaliadas, por meio de fotos, em R$ 19 mil.
Após uma restauração que recupere suas cores originais, o valor dessas peças no mercado de arte sacra pode dobrar ou até triplicar.
Segundo o delegado, os ladrões afirmaram, em seu depoimento, que tomaram conhecimento das obras por meio de informações colhidas junto à população e sequer sabiam da exposição de Belo Horizonte.
"Eles confessaram dezenas de furtos no Brasil inteiro e não havia razão para ocultarem um detalhe desses", diz o delegado.



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