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Livro-CD revela "voz de veludo" de Lucio Alves
Cantor mineiro é tema do 9º volume da Coleção Folha
DA REPORTAGEM LOCAL
Em 1954, ele e Dick Farney
gravaram a bem-humorada
canção "Tereza da Praia", num
duo vocal que já trazia elementos do estilo que anos depois ficou associado a João Gilberto e
Tom Jobim. O cantor Lucio Alves (1927-1993) é o protagonista do nono volume da Coleção
Folha 50 Anos de Bossa Nova,
que chega às bancas no próximo domingo, dia 28.
Mineiro nascido em Cataguases, cuja família se mudou
para o Rio de Janeiro quando
ele ainda era criança, Lucio já
era um cantor maduro e respeitado, em 1958, quando João
Gilberto gravou "Chega de Saudade", um dos marcos oficiais
do nascimento da bossa. Apesar de ter só quatro anos a mais
que o baiano e a mesma idade
de Jobim, era visto pelo público
como se fosse de geração anterior à dos bossa-novistas.
Isso se devia tanto à personalidade mais sisuda e reservada
de Lucio, como por ele ter iniciado sua carreira musical muito cedo. Aos 12 anos, já tinha se
tornado profissional, como integrante do grupo vocal Os Namorados da Lua.
Com um timbre grave de barítono, Lucio era conhecido por
sua "voz de veludo". A influência que recebeu de conjuntos
vocais dos anos 30 e 40, como
os Modernaires, os Mel-Tones
e os Pied Pipers, era vista por
alguns críticos como uma maneira "americanizada" de desvirtuar o samba.
Entre os desafetos de Lucio
Alves não estavam nomes das
primeiras gerações da bossa.
Johnny Alf, João Donato, Luiz
Bonfá, Tom Jobim, Carlos Lyra
e Newton Mendonça eram só
alguns dos fãs que o aplaudiam
nos anos 50, por antecipar a
modernidade que eles imprimiram à música posteriormente. Não foi à toa que, na década
seguinte, Lucio gravou discos
de essência bossa-novista, como "A Bossa é Nossa" (1961),
"Balançamba" (1963) e "Bossa
Session" (1964).
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