São Paulo, segunda-feira, 21 de setembro de 2009

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De Brazil para o mundo

O diretor Terry Gilliam fala à Folha sobre "The Imaginarium of Dr. Parnassus", último filme em que Heath Ledger atuou

Jean-Paul Pelissier - 22.mai.09/Reuters
Terry Gilliam, que lança novo longa neste ano, após série de infortúnios

SÉRGIO DÁVILA
ENVIADO ESPECIAL A TORONTO

Terry Gilliam está agitado. De camisa de turista americano em férias, jeans e chinelos, anda de um lado a outro no hotel em que está hospedado, em Toronto. Senta na cadeira de rodas de Verne Troyer, o Mini Me de "Austin Powers". Brinca com os assessores. Ri.
Principalmente ri. Muito e alto. O diretor norte-americano de 68 anos, autor de delírios fílmicos como "Brazil, o Filme" e "12 Macacos" e o chamado "sexto Beatle" do Monty Python, responsável pelos desenhos e animações que ajudaram a fazer a fama do grupo humorístico britânico, ele acaba de concluir seu décimo longa.
Não é qualquer longa. É "The Imaginarium of Dr. Parnassus" (o imaginário do dr. Parnassus), exibido em Toronto, que estreia no Natal nos EUA e que traz como subtítulo informal "o último filme de Heath Ledger".
O australiano (1979-2008) interpretava o malandro Tony Liar quando morreu por suicídio acidental -o filme foi concluído com a ajuda de Johnny Depp, Jude Law e Colin Farrell.
O resultado é um dos melhores e mais imaginativos filmes de um diretor conhecido por suas extravagâncias visuais, uma luta do bem contra o mal representada, respectivamente, pelo artista-guru Parnassus (Christopher Plummer), que vive de libertar a imaginação das pessoas, e seu rival, Mr. Nick (Tom Waits).
Gilliam é conhecido também por sua fama de azarado: além de Ledger, um produtor morreu antes da conclusão do filme, que quase foi cancelado. Seu filme anterior, "Tideland", custou 60 vezes o que rendeu. Antes, tentou fazer a biografia de Dom Quixote: nos primeiros dias de filmagem, o protagonista ficou doente e uma inundação destruiu os cenários.
O diretor acredita que "Parnassus" marcará sua volta ao meio que às vezes pensa em abandonar e diz que não existe a "maldição de Gilliam".


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