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Corpo é usado
como suporte
free-lance para a Folha
Amilcar Packer monta um cenário em sua casa, prepara a iluminação e começa sua performance: mostra e esconde o corpo,
subverte o uso tradicional das
roupas, gesticula. Tudo sendo registrado em vídeo.
O tempo todo seu raciocínio é
fotográfico porque, do registro da
performance, ele vai pinçar alguns momentos para fotografar.
Packer expõe as fotos tiradas da
televisão, que resultam pictóricas,
efeito obtido por meio da saturação de luz durante o processo.
O colorido das fotografias ao
mesmo tempo seduz e repele, o
que intriga tanto quanto o processo como foi feita: haveria mais alguém presente, o que ele fez depois? Packer não pensa em exibir
os vídeos, mostrando todo o processo, porque considera cada foto
um registro de todo o processo.
A proposta do artista é, através
da roupa, discutir o corpo, abarcando questões de identidade, sexualidade, angústia da vida. "A
roupa tornou-se uma camada
cultural em cima do homem. Procuro potencializar símbolos e significados, por meio da ironia e da
gestualidade", afirma.
As fotografias de Packer estão
no núcleo que discute a problemática do corpo e da identidade,
formado em torno de obra sem título de Nazareth Pacheco. O vestido feito de delicadas miçangas de
cristal e giletes discute, com contundência, padrões de beleza e cobranças sociais.
Também estão nesse segmento
do Panorama trabalhos de
Edouard Fraipont, Daniela Goulart, Marcela Hara e Michel Groisman, que faz performances impressionantes, criando dificuldades de locomoção através de
amarras pelo corpo.
(JMo)
Exposição: Panorama 99
Onde: Museu de Arte Moderna (pq.
Ibirapuera, tel. 0/xx/11/549-9688)
Quando: abertura p/ convidados hoje,
às 19h. Ter. a sex.: 12h às 18h; qui.: até
22h; sáb. e dom.: 10h às 18h. Até 19/12
Quanto: R$ 5 e R$ 2,50. Grátis ter. e qui.
Patrocínio: Deutsche Bank
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