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Desenhos têm fronteira sutil
free-lance para a Folha
Dentro de um segmento essencialmente formal, o núcleo que
aborda o papel da linha tomando
como base desenhos de Amilcar
de Castro, os trabalhos comprovam a complexidade dos gêneros
artísticos hoje.
Paulo Climachauska apresenta
dois desenhos e uma escultura,
que consiste em uma placa de vidro encostada na parede contendo, à direita, subtrações matemáticas com resultado zero e, à esquerda, sobreposição de letras: no
vidro está escrita a letra "c" e, na
parede, a palavra "ontem".
O jogo de palavras e as operações inúteis repetem-se nos desenhos, como a sinalizar que na arte
tudo se anula. Ficam pulsando
para o espectador as impossibilidades e fragilidades da existência.
"Meu trabalho é uma articulação
de sistemas, em que as inferências
que se podem tirar são ora restritas ao sistema da arte, ora ao sistema da vida", explica.
Seus trabalhos fazem, na mostra, a transição, física e conceitual,
entre desenhos e esculturas. Também compõem o núcleo de desenhos os artistas Fabiano Gonper,
Marcelo Solá e Alex Cabral, cuja
obra com elementos de publicações bem poderia figurar no núcleo de apropriação.
(JMo)
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