São Paulo, sábado, 21 de novembro de 1998

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Editoras programam lançamentos para 99


da Reportagem Local

Às vésperas dos 500 anos do descobrimento, é de se esperar que em 99 estourem nas livrarias lançamentos e relançamentos de obras sobre o tema -sobretudo de livros voltados ao público leigo, em linguagem acessível.
Além dos livros de Bueno, começam a aparecer no mercado obras como "A Descoberta do Homem e do Mundo", de Adauto Novaes, pela Companhia das Letras, e "O Descobrimento das Índias: o Diário de Vasco da Gama", que está sendo publicado pela Objetiva.
A Record publica também a biografia do navegador português, escrita por Geneviève Bouchon. Já os diários de viagem de Cristóvão Colombo têm edição de bolso lançada pela L&PM.
Uma obra que talvez fosse interessante lançar por aqui é o "Ymago Mundi", de Pierre d'Ailly, que à época dos 500 anos da descoberta da América, em 1992, foi publicado no mundo hispânico com as anotações originalmente feitas por Colombo. O navegador genovês, dizem, ia de rei em rei buscando patrocínio para suas viagens com o grosso volume debaixo do braço.
Há ainda o delicioso clássico "Visão do Paraíso", de Sérgio Buarque de Holanda, quase esgotado nas livrarias, mas com reimpressão já prevista pela Brasiliense, que fala dos primeiros a chegar ao Brasil e que pensavam ser aqui o paraíso sobre a Terra.
Mais sobre os degredados pode ser encontrado no livro de Geraldo Pieroni a ser publicado no primeiro semestre de 99 pela editora UnB, "Os Excluídos do Reino: a Inquisição Portuguesa e o Degredo no Brasil Colônia".
Infelizmente, o livro mostra quem foram alguns dos degredados, mas não conta como viveram aqui -alvo da atual pesquisa de Pieroni para obra futura. Outra pergunta que fica no ar depois de ler o segundo livro de Bueno é: como viveram (ou morreram) os índios que foram levados à Europa pelos navegadores?
Há registros mais profundos apenas de um deles, Essomericq, o "príncipe" carijó de 13 anos que foi levado à França pelo navegador Binot Paulmier de Gonneville a pedido do pai cacique para aprender os segredos das armas de fogo.
Como seu navio naufragou e ficou impedido de cumprir a promessa de levar o garoto de volta, Gonneville acabou casando o índio com sua própria filha. Essomericq viveria até os 94 anos na França, deixando vários descendentes.
Sobre Essomericq, vale a pena ler "Vinte Luas", de Leyla Perrone-Moisés, publicado em 92 pela Cia. das Letras.
(CM)



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