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Editoras programam lançamentos para 99
da Reportagem Local
Às vésperas dos 500 anos do descobrimento, é de se esperar que em
99 estourem nas livrarias lançamentos e relançamentos de obras
sobre o tema -sobretudo de livros voltados ao público leigo, em
linguagem acessível.
Além dos livros de Bueno, começam a aparecer no mercado obras
como "A Descoberta do Homem e
do Mundo", de Adauto Novaes,
pela Companhia das Letras, e "O
Descobrimento das Índias: o Diário de Vasco da Gama", que está
sendo publicado pela Objetiva.
A Record publica também a biografia do navegador português, escrita por Geneviève Bouchon. Já os
diários de viagem de Cristóvão Colombo têm edição de bolso lançada
pela L&PM.
Uma obra que talvez fosse interessante lançar por aqui é o "Ymago Mundi", de Pierre d'Ailly, que à
época dos 500 anos da descoberta
da América, em 1992, foi publicado
no mundo hispânico com as anotações originalmente feitas por
Colombo. O navegador genovês,
dizem, ia de rei em rei buscando
patrocínio para suas viagens com o
grosso volume debaixo do braço.
Há ainda o delicioso clássico
"Visão do Paraíso", de Sérgio
Buarque de Holanda, quase esgotado nas livrarias, mas com reimpressão já prevista pela Brasiliense, que fala dos primeiros a chegar
ao Brasil e que pensavam ser aqui o
paraíso sobre a Terra.
Mais sobre os degredados pode
ser encontrado no livro de Geraldo
Pieroni a ser publicado no primeiro semestre de 99 pela editora
UnB, "Os Excluídos do Reino: a Inquisição Portuguesa e o Degredo
no Brasil Colônia".
Infelizmente, o livro mostra
quem foram alguns dos degredados, mas não conta como viveram
aqui -alvo da atual pesquisa de
Pieroni para obra futura. Outra
pergunta que fica no ar depois de
ler o segundo livro de Bueno é: como viveram (ou morreram) os índios que foram levados à Europa
pelos navegadores?
Há registros mais profundos
apenas de um deles, Essomericq, o
"príncipe" carijó de 13 anos que foi
levado à França pelo navegador Binot Paulmier de Gonneville a pedido do pai cacique para aprender os
segredos das armas de fogo.
Como seu navio naufragou e ficou impedido de cumprir a promessa de levar o garoto de volta,
Gonneville acabou casando o índio com sua própria filha. Essomericq viveria até os 94 anos na França, deixando vários descendentes.
Sobre Essomericq, vale a pena ler
"Vinte Luas", de Leyla Perrone-Moisés, publicado em 92 pela Cia.
das Letras.
(CM)
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