São Paulo, quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

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Crítica

Ashby contrapõe luta pela vida e atração pela morte

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

"Ensina-me a Viver" (Telecine Cult, 1h35) não está errado na mensagem que veicula.
Afinal, sustentar que devemos viver o mais intensamente possível e da maneira menos convencional possível (talvez os dois signifiquem a mesmíssima coisa), na melhor das hipóteses, não faz mal a ninguém.
O filme de Hal Ashby chega ali, no entanto, tomando todas as liberdades que os filmes demonstrativos costumam tomar. De um lado, existe um adolescente obcecado pela morte (e pelo suicídio). De outro, uma senhora de quase 80 anos obcecada pela vida.
É nesse contraste que Ashby vai buscar sustentação para sua fábula: a velha senhora é que dará lições de vida e amor ao sombrio rapaz. À parte o humor negro e o didatismo, "Ensina-me a Viver", feito em 1972, remete a uma questão interessante: a necessidade do jovem norte-americano da era Vietnã de encontrar inspiração e apoio numa geração anterior à de seus pais.


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