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Mônica Bergamo - bergamo@folhasp.com.br
WAGNER MOURA
João Wainer - 23.jan.2007/Folha Imagem
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O ator, ao lado de Letícia Sabatella |
"Um lago fedido"
O ator Wagner Moura, que
apoiou a greve de fome do bispo dom Luiz Flávio Cappio, falou à coluna sobre a transposição do rio São Francisco.
FOLHA - Por que assinou o manifesto em favor de dom Cappio?
WAGNER MOURA - Minha família é de Rodelas, sertão da Bahia, uma das cidades inundadas pela barragem de Itaparica
na década de 80. Posso dizer
que os danos ecológicos ali foram gritantes. Era uma cidade
que tinha um rio caudaloso e
hoje tem um lago fedido. Os
peixes não existem mais. Dom
Cappio é sério, preocupado
com os ribeirinhos do Nordeste. Está colocando sua vida em
risco. Acho que, por aí, já vale a
pena a gente ouvir o que ele
quer dizer.
FOLHA - Quais danos ambientais
você teme?
MOURA - Cara, se você tira um
pedaço significativo de água e
transporta para outro lugar,
me parece evidente que haverá algum
transtorno.
As grandes
obras não beneficiam
quem necessita. Essa
obra vai favorecer os
grandes exportadores ou a agroindústria.
FOLHA - O que acha da postura do
governo Lula diante do bispo?
MOURA - Acho intransigente.
O governo não está dialogando
com os movimentos sociais
que estão apoiando dom Cappio e que ajudaram a elegê-lo
[Lula].
FOLHA - Você votou no Lula para
presidente?
MOURA - Votei, sempre votei
no PT. Pô, a gente não espera
que o governo esteja sempre
de acordo com a gente. Mas
podia estar um pouco mais.
FOLHA - A Letícia Sabatella diz que
tentaram cortar o microfone dela
quando lia carta do bispo num
evento do governo da Bahia.
MOURA - Eu soube que ela
conversou com o [governador
da Bahia] Jaques Wagner. E
ele foi bastante ríspido. Disse
qualquer coisa como "vou botar uma ambulância para o bispo". Apoiei a candidatura dele.
Mas fico decepcionado por ter
sido tão insensível, sabe, cara?
FOLHA - Mudando de assunto: sua
participação em um comercial de
cerveja, logo depois de interpretar
o capitão Nascimento em "Tropa
de Elite", gerou alguma polêmica
por causa da cena em que a Juliana
Paes te manda "matar" a bebida e
você pergunta: "Matar quem?".
MOURA - O capitão Nascimento virou uma coisa meio pop.
As pessoas têm que levar isso
menos a sério. Não soube da
polêmica. Nem pensei que fossem achar ofensivo. Achei que
era uma brincadeira com o
personagem.
FOLHA - O que acha de o ministro
da Saúde tentar proibir os comerciais de cerveja?
MOURA - Não sei, sabia, cara?
Eu fiz o comercial, eu gosto de
cerveja, eu bebo. Acredito que
haja pessoas que tenham problema com bebida e que não
deve ser vendida em estradas,
por exemplo. Mas não tenho
opinião formada. Não sou
muito a favor de proibições,
sou a favor de legalizações.
FOLHA - Em caso de proibição, o
cachê fará falta?
MOURA - Você ganha um dinheiro bom. Para mim, que
não sou contratado de TV, é
ótimo fazer comercial. Mas
muito mais importante que falar de cerveja é falar de dom
Cappio.
Juca Gil
No jantar anteontem
no Palácio da Alvorada,
em torno de um robalo
com legumes, Gilberto
Gil e Lula combinaram o
seguinte: se algum dia
Gil deixar o Ministério
da Cultura (ele, mais
uma vez, adiou sua saída,
prevista para janeiro), o
sucessor será Juca
Ferreira, atual
secretário-executivo da
pasta.
VÔO CEGO
As empresas aéreas estão dispostas a recorrer à Justiça caso
a MP que o governo vai baixar
com novas regras para o setor
determine que sejam elas as
únicas a receber multas por
atraso nos vôos. Vão alegar que
a lei não pode penalizá-las de
forma diferente de órgãos estatais como a Infraero, responsável pelos serviços nos aeroportos, e o Decea (Departamento
de Controle do Espaço Aéreo),
que cuida do "trânsito" nos
céus do país.
VÔO CEGO 2
O governo está quebrando a
cabeça para encontrar uma solução jurídica que penalize
também os órgãos estatais. A
complicação é: como a Infraero
pagará multas se não tem dinheiro já previsto no orçamento para tanto? E como, no caso
do Decea, o governo vai multar
o próprio governo? A assessoria do ministro Nelson Jobim
(Defesa) diz que o pacote de
medidas será baixado de qualquer forma, ainda que a solução
para as penalidades aos órgãos
estatais não seja contemplada
num primeiro momento.
ESPANTALHO
Da mesma época da obra furtada do Masp, outra tela de Portinari (o "Espantalho" de 1940)
foi vendida por R$ 3,85 milhões
no Rio de Janeiro há cerca de
um mês. "Portinari tem muito
mercado no Brasil", diz a galerista Soraia Cals, que vendeu o
trabalho a um empresário paulista. "Se eu fosse levar a leilão
"O Lavrador de Café" [obra furtada do Masp], venderia por R$
2,5 milhões", completa.
LAVRADOR
E o marchand Ricardo Camargo está com três encomendas de Portinari para empresários paulistas. "Um quer algo de
até US$ 200 mil, o outro não
tem problema de dinheiro e assim vai", diz ele, que, só em
2007, negociou cinco obras do
artista modernista.
DEU ZEBRA
A "Playboy" de Mônica Veloso, ex-amante de Renan Calheiros, não rendeu o esperado.
Vendeu menos que a edição
campeã do ano, com a ex-BBB
Íris Stefanelli na capa, e que a
da bandeirinha Ana Paula Oliveira. Disputa o bronze com a
ex- BBB Fani Pacheco.
CADÊ A BRASÍLIA?
Um aposentado estuda processar a TV Record por tomar
emprestada sua Brasília ano 76
e nunca mais devolver. Uma reforma do carro foi mostrada no
programa "Hoje em Dia", de
Ana Hickmann. "Ofereceram
desmontado de volta", diz Maria do Carmo Alves, filha do dono do veículo. A TV diz que vai
"resolver o problema".
SETE CHAVES
Aumentou a procura por "salas antigrampo", blindadas,
com isolamento e sensores que
impedem a entrada de celulares, câmeras e gravadores. A
RCI First está construindo sete
salas- três delas em Brasília.
CURTO-CIRCUITO
O PIANISTA YANIEL MATOS apresenta hoje o show "Cuba Jazz
Samba", a partir das 22h, no Traço de União, em Pinheiros.
A DJ VIVIAN VIXEN toca amanhã no clube Pacha. A apresentação
mistura eletrônica com vocal, guitarra e teclado ao vivo.
A COMÉDIA DE IMPROVISO "É Nóis na Chita" vai ser encenada
amanhã e domingo, às 16h, no Sesc Pinheiros.
ALMA BRASILEIRA TRIO toca baião, choro e bossa nova amanhã,
às 13h30, no Sesc Vila Mariana. A entrada é grátis.
O CHEF CHARLÔ WHATELY organiza almoço de Natal em sua casa
amanhã, em torno da chef Lauretta, da Martinica.
com AUDREY FURLANETO, DIÓGENES CAMPANHA e DÉBORA BERGAMASCO
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