São Paulo, sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

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CDs

Rock
Still on Top - The Greatest Hits
VAN MORRISON
Gravadora:
Universal; Quanto: R$ 40, em média; Avaliação: ótimo
Há artistas que não precisam do continuum do pop: destacaram-se da busca incessante por modas, acreditam em formas "ultrapassadas", tocam temas perigosos (como amor e religiosidade) e se tornam extremamente únicos. Desde o surgimento do Them, em 1964, Van Morrison dava sinais de que estaria nesta casta, seguindo dos evangelhos de Little Richards e Ray Charles. Nesta coletânea, a lição é repassada entre os uivos sessentistas de "Gloria" e as incursões no jazz que lhe renderam um disco gravado pelo selo especialista Blue Note, passando pelo gospel, R&B e pub rock. Atemporal, a antologia não segue cronologia e as diferenças na voz surpreendem, ao mesmo tempo em que cristaliza a idéia de que, por abdicar do tempo ou de uma tendência específica, o verdadeiro gênio permanece no auge.
POR QUE OUVIR: Pop que não envelhece nem desencanta, voz perfurocortante, transcendência do homem comum. (MÁRVIO DOS ANJOS)

MPB
Futebol Musical Brasileiro Social Clube
PEDRO LIMA
Gravadora:
Atração; Quanto: R$ 19, em média; Avaliação: bom
O futebol e a MPB têm uma longa e bem-sucedida relação, e um bom apanhado dela está neste terceiro disco solo de Pedro Lima (ex-Garganta Profunda), que abrange clássicos como "Um a Um" (Edgar Ferreira), "Ponta de Lança Africano" (Jorge Ben) e o hino das arquibancadas "O Campeão" (Neguinho da Beija-Flor), mas também coisas mais recentes como "Canhoteiro" (Zeca Baleiro, Fagner, Fausto Nilo e Celso Borges). É justamente nas menos rodadas que Lima se sai melhor, contando ocasionalmente com participações como a de Zezé Motta (em "O que É... O que É", de Moraes Moreira).
POR QUE OUVIR: A grande voz do cantor e as boas interpretações em faixas como "1x0" (Pixinguinha, Benedito Lacerda e Nelson Angelo) e "Geraldinos e Arquibaldos" -um passeio vocal de Gonzaguinha ao qual Lima acrescentou banda- valem o disco. (MAC)

MPB
Tempo Afora
FRED MARTINS
Gravadora:
Eldorado; Quanto: R$ 18, em média; Avaliação: regular
Se no fim dos anos 90 Ney Matogrosso jogou luzes sobre o então novato Fred Martins ao cantar "Novamente" e, depois, "Tempo Afora", o compositor niteroiense não escapou do efeito colateral ter suas versões para suas próprias músicas ofuscadas pelas do veterano. Nem tentou outra coisa: o que dá o tom deste seu terceiro CD, parte dos louros por ter levado o Prêmio Visa 2006, é a simplicidade. Ao vivo, Martins une inéditas a faixas dos álbuns anteriores, "Janelas" (2001) e "Raro e Comum" (2005), num painel que resulta irregular. As 16 músicas incluem o verniz soul de "Amor..." e a batida do samba em "Doceamargo", mas também esbarram no pop pouco consistente de "Não Cabe", para citar três das 11 faixas cuja assinatura ele divide com Marcelo Diniz.
POR QUE OUVIR: Entre altos e baixos, Fred Martins privilegia canções agradáveis como a suave "O Samba me Diz". (RAQUEL COZER)

Pop
As I Am
ALICIA KEYS
Gravadora:
Sony BMG; Quanto: R$ 35, em média; Avaliação: regular
Alicia Keys fez seu nome nos EUA por meio de uma voz de alcance longo e baladas açucaradas demais. Desde o início de 2006 ela trabalha neste terceiro disco de estúdio, produzido com seu namorado, Kerry Brothers. É o álbum menos careta de Alicia Keys -não que ela tenha virado uma Nelly Furtado ou uma Beyoncé, mas está um pouquinho mais dançante e jovial. A soul music continua sendo a principal fonte criativa da cantora, como nas faixas "Superwoman" e "Go Ahead", que trazem arranjos refinados, com uso de sopros e teclados. Mas o disco peca por alguns excessos, virtuosismos desnecessários e baladas bobas, como em "Lesson Learned", feita com John Mayer.
POR QUE OUVIR: Em canções como "Wreckless Love" e "Teenage Love Affair", a bela voz de Keys aparece na medida certa para animar casais apaixonados em bailes. (THIAGO NEY)


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