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Criadores eram ``mauricinhos'' de Curitiba
em Curitiba
O Festival de Teatro de Curitiba
nasceu da ousadia de um grupo de
garotos, com idade média de 20
anos, depois de assistirem à última
sessão da peça ``New York por
Will Eisner'', encenada por Edson
Bueno há cinco anos.
Os estudantes Cássio Chamecki,
18, de administração de empresas,
e Leandro Knopfholz, 17, de engenharia elétrica, e o professor de
história Victor Aronis, 26, deixaram o Teatro Guaíra (onde foi encenada a peça) e começaram a planejar o festival.
``Saímos do teatro indignados,
porque, apesar de existir uma dezena de salas na cidade, apenas
uma peça estava em cartaz. Sabíamos que era um setor a ser explorado'', conta Leandro.
Sem nenhuma experiência na
área cultural e quase nenhum contato, eles se tornaram sócios e fundaram a FTC Entretenimento, empresa que até hoje é responsável
pela organização do evento.
Com jeito de ``mauricinhos'' e
adeptos do estilo ``yuppie'', os garotos produziram um vídeo com a
participação de artistas consagrados, entre eles Paulo Autran e Irene Ravache.
Com o clip embaixo do braço,
bateram de porta em porta em
busca de patrocínio para a ``grande idéia''.
A maioria dos empresários considerava praticamente inviável a
proposta de fazer um evento teatral de grande porte fora do triângulo São Paulo/Rio/Belo Horizonte.
Para piorar a situação, a produção teatral no início dos anos 90
sofria com a falta de incentivos para o setor cultural.
``Nós precisávamos de R$ 1 milhão para o projeto'', lembra
Knopfholz.
O primeiro a ``comprar'' a idéia
foi o Boticário. Logo depois, o Bamerindus resolveu bancar a proposta, seguido pelo grupo Positivo
e pela Vasp.
Casas de espetáculos
Já na primeira edição do festival
os garotos conseguiram inaugurar
duas casas de espetáculos na cidade: a Ópera de Arame e o Espaço 5.
Levaram para Curitiba profissionais de renome no teatro, como
Gerald Thomas, Gabriel Villela e
Antônio Nóbrega.
A repercussão nacional do festival e 20 mil ingressos vendidos incentivaram os garotos a dar continuidade ao projeto.
Nos últimos cinco anos, peças
como ``Sonhos de Uma Noite de
Verão'' (Cacá Rosset), ``The Flash
and Crash Days'' (Gerald Thomas)
e ``O Burguês Ridículo'' (Guel Arraes) ajudaram a consagrar o
evento como um dos mais importantes do país.
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