São Paulo, sexta-feira, 22 de abril de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PÁSSAROS FERIDOS

Antony and the Johnsons, Bright Eyes, Willy Mason e Joanna Newsom conquistam crítica e paradas

Novas caras estampam rock "pós-teen"

DA REPORTAGEM LOCAL

Lou Reed tem grande culpa no descobrimento de Antony and the Johnsons, mas os confetes não caem apenas sobre o ex-Velvet Underground. Se o rock agora destina ouvidos a cantores que bebem no folk e em Dylan, muito se deve ao furacão Bright Eyes.
Com apenas 25 anos, Conor Oberst, que assina seus discos como Bright Eyes, voltou a mídia norte-americana para o rock "pós-teen" do país ao lançar, simultaneamente, no início deste ano, os elogiados álbuns "I'm Wide Awake It's Morning" e "Digital Ash in a Digital Urn". Os CDs entraram no top 20 da "Billboard", e Oberst conseguiu a proeza de encaixar, na mesma semana, singles no primeiro e no segundo lugares da parada dos Estados Unidos.
E, se Anthony and the Johnsons tem como mentor Lou Reed, o jovem Willy Mason, 20, se espelha em Conor Oberst. Mason, que começou a empunhar uma guitarra aos 11 anos, tocando com sua família, foi descoberto por Oberst, que lançou seu álbum de estréia, "Where the Humans Eat", por seu selo Team Love -Mason tinha acabado de se formar no colegial.
Puxado pelo single "Oxygen" e por vigorosas apresentações em pequenos shows pelo Reino Unido, Mason ganhou projeção e o disco foi relançado na Europa pela major Virgin. Após participar, no ano passado, do lendário festival South by Southwest, no Texas, o jovem cantor foi escalado para os grandes T in the Park (Escócia) e Glastonbury (Inglaterra).
Mason está ultrapassando os limites do folk. Já virou figurinha fácil em rádios britânicas, como a Xfm e a Radio 1.

Harpa e rock
Ela tem apenas 23 anos, participa de uma banda de rock e, sozinha, lançou um álbum ("Milk-eyed Mender"; 2004) em que canta e toca... harpa.
Nascida em San Francisco, Joanna Newsom é filha de músicos e, assim como Antony e Willy Mason, ganha elogio de gente grande; Wil Oldham a considera uma de suas compositoras favoritas. As letras de Newsom, que toca teclado na banda The Pleased, funcionam muitas vezes como pequenas histórias, que ganham um toque insólito com o acompanhamento de harpa.
Em turnês pela Europa e pelos EUA, Newsom levou consigo um conterrâneo de 22 anos: Micah Hinson, que canta com forte emoção músicas que, em geral, se apóiam em letras sobre perda e solidão.
Dono de uma voz singular, Hinson lançou no mês passado um elogiado álbum, "Micah Hinson and the Gospel of Progress".
(THIAGO NEY)


Texto Anterior: Tatuagem
Próximo Texto: Canções de Antony habitam submundo de NY
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.