São Paulo, sexta-feira, 22 de abril de 2005

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NAS LOJAS

MPB
NAQUELE VERBO AGORA
 
VANDER LEE

Para quem ainda não liga o nome à pessoa, Vander Lee é o cantor e compositor do sucesso "Esperando Aviões" e já teve músicas interpretadas por Gal Costa, por Elza Soares e por outras cantoras. É mais um artista que segue com honestidade -mas pouco talento- a linha pop-melosa-baladeira em alta entre as rádios, as gravadoras e os críticos. Neste disco lançado agora, "Naquele Verbo Agora", são raríssimos os versos e os achados melódicos capazes de desafiar o mais profundo enfado.

POR QUE OUVIR: Se não houvesse fãs, Vander Lee não estaria fazendo sucesso. Quem gosta de seus clichês românticos não deve se decepcionar. (LUIZ FERNANDO VIANNA)

GRAVADORA: Indie. QUANTO: R$ 28, em média.

Rock
VELLOCET
  
VELLOCET

Desde o fim da era das bandas brasileiras de garagem que cantavam em inglês, nos anos 90, são poucos os que têm coragem de sair do armário. O mineiro Vellocet sai da toca com competência, dando um passo além, no quesito produção, influências adquiridas etc. A exemplo da irmã Valv, sofre do grave problema da personalidade. Em português ou em inglês, soar como mera reprodução de House of Love ou Ride não faz sentido, a não ser para nostálgicos. Se a idéia é essa, oferece belas canções ("1967 on My Mind" e "Some Kind of Way").

POR QUE OUVIR: O grupo promove uma grata viagem sonora ao passado de bandas inglesas do final dos anos 80 (goste-se ou não, o mundo pop vive de revivals e reciclagens). (BRUNO YUTAKA SAITO)

GRAVADORA: Slag/Distribuidora Independente. QUANTO: R$ 22.

Rock
BRIAN WILSON ON TOUR (DVD)
   
BRIAN WILSON

O que seria mero subproduto (um DVD com bastidores e trechos de apresentações) adquire inestimável valor nas mãos de Brian Wilson. Claro, trata-se de alguém fundamental na música universal, que estava afastado há tempos. Acompanhar sua reintegração (há ensaios para o show da "volta") é fato notável, ainda que impere o clima de "reality show" e declarações de Neil Young, Pete Townshend e Patti Smith sobre o quanto ele é genial (isso qualquer um sabe).

POR QUE ASSISTIR: Além do aspecto histórico, traz bônus como declarações sobre o Beatles, além de entrevistas com integrantes da banda de apoio. Para entender melhor a impagável apresentação no Tim Festival. (BYS)

GRAVADORA: BMG. QUANTO: R$ 50, em média.

MPB
EMBOLANDO NO FUTEBOL
  
CAJU & CASTANHA

Este disco "Embolando no Futebol" é um caso típico de piada esticada. No início, é difícil não dar risadas com os versos de "Brasil x Argentina" e "O Jogo dos Cornos x as Prostitutas". Mas a insistência no tema dos clássicos regionais ("Palmeiras contra Corinthians", "Truva de Corinthians x São Paulo", "Vitória x Bahia") e nas expressões usadas pelos cantores/ emboladores com fins de ridicularização mútua levam o conceito à exaustão.
POR QUE OUVIR: "O Jogo dos Cornos x as Prostitutas" é uma ótima peça de humor, farta em baixarias. Também há versos muito divertidos em outras emboladas. (LFV)

GRAVADORA: Trama. QUANTO: R$ 16, em média.

Gospel
ATOM BOMB
   
THE BLIND BOYS FROM ALABAMA

Não são exatamente "boys": do grupo de meninos de um instituto para cegos que gravou seu primeiro disco em 1948, só restou um fundador, Clarence Fountain. Mesmo para quem não tem um pingo de fé, é difícil resistir à espertíssima faixa-título e ao conjunto de vozes, que domina os arranjos. No repertório, a tradição das igrejas sulistas se mistura a composições de Fatboy Slim e Macy Gray ("Demons") e Eric Clapton ("Presence of the Lord"). Vale o amém.

POR QUE OUVIR: Há várias maneiras de dizer que o Senhor vai passar o rodo nos infiéis, mas dizer que ele é uma bomba atômica é genial. Compare com Bento 16 e veja quem tem mais molejo. (MÁRVIO DOS ANJOS)

GRAVADORA: EMI. QUANTO: R$ 35, em média.

ROCK-ELETRÔNICO
RATATAT
  
RATATAT

Chame de disco-punk, de indie eletrônico, de pós-punk. Eu prefiro "nerd music": dois garotos (Evan Mast e Mike Stroud) trancados em casa, experimentando batidas e texturas em seus laptops e fazendo o som que é a cara da virada do século 21 -pulsante, minimalista, eletrificado, cheio de sintetizadores e, neste caso, sem vocal. Às vezes, funciona (como a ótima "Seventeen Years"), lembrando Daft Punk ou ainda a turminha da DFA e seu LCD Soundsystem; nas outras, é um pouco chato ("Breaking Away"), parecendo trilha sonora de elevador espacial sem fim. Em duas palavras: tentativa e erro.

POR QUE OUVIR: Franz Ferdinand, Interpol, !!! e Tortoise já fizeram shows com a dupla. Se essa for a sua praia... (DIEGO ASSIS)

GRAVADORA: Sum. QUANTO: R$ 30, em média.


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