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ROCK
Kings of Leon encaixa referências
DA REPORTAGEM LOCAL
No primeiro disco, "Youth &
Young Manhood", de 2003,
o quarteto Kings of Leon conseguiu soar ainda mais retrô do que
os Strokes e gerou divisão das
mais rígidas (do tipo uns amam
outros odeiam) do que, por
exemplo, a dupla White Stripes.
Este novo álbum, "Aha Shake
Heartbreak", chega apenas para
reforçar essas concepções.
O disco -lançado na Europa
há mais de seis meses- ultrapassa em nostalgia seu antecessor,
mas, mais do que apenas reciclagem de idéias, mostra uma banda
que utiliza essas inspirações e influências para produzir algo que,
sim, soa moderno.
Kings of Leon é formado por
três irmãos, filhos de um pastor
do Tennessee, e um primo deles.
O que fazem já foi chamado de
"rock caipira", country-rock, mas
é tão cosmopolita quanto qualquer coisa saída de Nova York.
É aquele negócio, encontrado
também em Strokes e White Stripes: você acha muita referência ali
-garage rock, psicodelia dos
anos 60, blues-, mas está tão tudo encaixado que ganha cara e
corpo próprios.
O disco é econômico e direto: 12
músicas em apenas 35 minutos
-não dá para perder tempo. O
primeiro single tirado do álbum,
"The Bucket", vem com um riff de
guitarra que gruda no ouvido,
meio Stones, meio Clash.
"King of the Rodeo" parece ter
sido feita para as pistas dos bares
de beira de estrada; "Soft" é balada que lembra Velvet Underground; "Razz" é levada pelo baixo, e aí o Kings of Leon encontra o
disco-punk; em "Four Kicks" e
em "Velvet Show", a voz crua de
Caleb Followill é o que sobressai
-e os Stooges são a referência.
Se o disco não aumenta o rebanho de fãs da banda, pelo menos
segura os já fiéis.
(THIAGO NEY)
Aha Shake Heartbreak
Artista: Kings of Leon
Lançamento: Sony BMG
Quanto: R$ 35, em média
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