São Paulo, sexta-feira, 22 de abril de 2005

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ROCK

Kings of Leon encaixa referências

DA REPORTAGEM LOCAL

No primeiro disco, "Youth & Young Manhood", de 2003, o quarteto Kings of Leon conseguiu soar ainda mais retrô do que os Strokes e gerou divisão das mais rígidas (do tipo uns amam outros odeiam) do que, por exemplo, a dupla White Stripes. Este novo álbum, "Aha Shake Heartbreak", chega apenas para reforçar essas concepções.
O disco -lançado na Europa há mais de seis meses- ultrapassa em nostalgia seu antecessor, mas, mais do que apenas reciclagem de idéias, mostra uma banda que utiliza essas inspirações e influências para produzir algo que, sim, soa moderno.
Kings of Leon é formado por três irmãos, filhos de um pastor do Tennessee, e um primo deles. O que fazem já foi chamado de "rock caipira", country-rock, mas é tão cosmopolita quanto qualquer coisa saída de Nova York.
É aquele negócio, encontrado também em Strokes e White Stripes: você acha muita referência ali -garage rock, psicodelia dos anos 60, blues-, mas está tão tudo encaixado que ganha cara e corpo próprios.
O disco é econômico e direto: 12 músicas em apenas 35 minutos -não dá para perder tempo. O primeiro single tirado do álbum, "The Bucket", vem com um riff de guitarra que gruda no ouvido, meio Stones, meio Clash.
"King of the Rodeo" parece ter sido feita para as pistas dos bares de beira de estrada; "Soft" é balada que lembra Velvet Underground; "Razz" é levada pelo baixo, e aí o Kings of Leon encontra o disco-punk; em "Four Kicks" e em "Velvet Show", a voz crua de Caleb Followill é o que sobressai -e os Stooges são a referência.
Se o disco não aumenta o rebanho de fãs da banda, pelo menos segura os já fiéis.
(THIAGO NEY)


Aha Shake Heartbreak
   
Artista: Kings of Leon
Lançamento: Sony BMG
Quanto: R$ 35, em média


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