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Claude Monet é tema do próximo livro
Quarto volume da série Grandes Mestres da Pintura, nas bancas no próximo domingo, 29, aborda obra do impressionista
Artista fez suas mais famosas telas, as representações de ninféias, em idade avançada, mas desde jovem abordava efeitos da luz na natureza
DA REPORTAGEM LOCAL
Em geral, é quando jovem
que artistas criam suas obras-primas, pois elas são reflexo de
um impulso inovador que ocorre na fase de desenvolvimento
da linguagem. É o caso do espanhol Pablo Picasso, que aos 26
pintou "Les Demoiselles d'Avignon", a obra que gerou o cubismo, e do norueguês Edvard
Munch, que fez "O Grito", marco do expressionismo, aos 30.
Esse não é o caso do impressionista Claude Monet (1840-1926), tema do quarto fascículo
da Coleção Folha Grandes
Mestres da Pintura, que estará
nas bancas no próximo domingo. As representações de jardins com plantas aquáticas, as
ninféias ou nenúfares, pelas
quais é mais conhecido, surgiram em sua carreira por volta
de 1900, quando o artista já estava maduro, com 60 anos.
"Cada vez fico mais furioso
diante da necessidade de representar o que experimento, e juro a mim mesmo que não seguirei tão impotente, porque parece que posso fazer grandes progressos", afirmou Monet, atestando sua meticulosa busca por
alcançar uma forma mais adequada à sua pesquisa.
Não que, quando jovem, temas recorrentes nas ninféias,
como a exploração dos efeitos
da luz na natureza e as manchas de cor, não estivessem
presentes. "Impressão, Sol
Nascente", uma de suas mais
belas obras, foi criada em 1873,
aos 33. Mas são as pinturas das
ninféias, tais como expostas no
Museu de Arte Moderna de Nova York, no Masp e no Musée
de l'Orangerie (Paris) -que
tem uma sala especialmente
montada para suas telas-, as
suas obras mais reconhecidas.
Membro atuante do movimento impressionista, que pregava a importância da pintura a
céu aberto, o artista foi quem
melhor viu "pintura na grama,
nas flores, nas nuvens ao vento,
e, sobretudo, na água que reflete e se move, na fumaça, na passagem do tempo, na mudança
de luz no lago aparentemente
calmo de suas ninféias com
elas, o tempo chega a desaparecer", como diz Teresa Camps
no volume sobre Monet.
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