São Paulo, domingo, 22 de abril de 2007

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Claude Monet é tema do próximo livro

Quarto volume da série Grandes Mestres da Pintura, nas bancas no próximo domingo, 29, aborda obra do impressionista

Artista fez suas mais famosas telas, as representações de ninféias, em idade avançada, mas desde jovem abordava efeitos da luz na natureza

DA REPORTAGEM LOCAL

Em geral, é quando jovem que artistas criam suas obras-primas, pois elas são reflexo de um impulso inovador que ocorre na fase de desenvolvimento da linguagem. É o caso do espanhol Pablo Picasso, que aos 26 pintou "Les Demoiselles d'Avignon", a obra que gerou o cubismo, e do norueguês Edvard Munch, que fez "O Grito", marco do expressionismo, aos 30.
Esse não é o caso do impressionista Claude Monet (1840-1926), tema do quarto fascículo da Coleção Folha Grandes Mestres da Pintura, que estará nas bancas no próximo domingo. As representações de jardins com plantas aquáticas, as ninféias ou nenúfares, pelas quais é mais conhecido, surgiram em sua carreira por volta de 1900, quando o artista já estava maduro, com 60 anos.
"Cada vez fico mais furioso diante da necessidade de representar o que experimento, e juro a mim mesmo que não seguirei tão impotente, porque parece que posso fazer grandes progressos", afirmou Monet, atestando sua meticulosa busca por alcançar uma forma mais adequada à sua pesquisa.
Não que, quando jovem, temas recorrentes nas ninféias, como a exploração dos efeitos da luz na natureza e as manchas de cor, não estivessem presentes. "Impressão, Sol Nascente", uma de suas mais belas obras, foi criada em 1873, aos 33. Mas são as pinturas das ninféias, tais como expostas no Museu de Arte Moderna de Nova York, no Masp e no Musée de l'Orangerie (Paris) -que tem uma sala especialmente montada para suas telas-, as suas obras mais reconhecidas.
Membro atuante do movimento impressionista, que pregava a importância da pintura a céu aberto, o artista foi quem melhor viu "pintura na grama, nas flores, nas nuvens ao vento, e, sobretudo, na água que reflete e se move, na fumaça, na passagem do tempo, na mudança de luz no lago aparentemente calmo de suas ninféias com elas, o tempo chega a desaparecer", como diz Teresa Camps no volume sobre Monet.


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