São Paulo, quinta-feira, 22 de abril de 2010

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Ex-presidente da Cultura prepara instituto de TV

Jorge da Cunha Lima, que terá de deixar a presidência do conselho da Fundação Padre Anchieta, articula o projeto

Ele também tenta organizar uma espécie de "núcleo duro" de conselheiros na emissora, que terá eleição para dirigentes em maio

LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Jorge da Cunha Lima, 78, que dirigiu a Fundação Padre Anchieta (TV Cultura) e ocupa atualmente a presidência de seu conselho curador, articula a formação de um instituto de televisão e comunicação pública.
Ele terá de deixar o cargo na FPA em 10 de maio, data da eleição, por já ter exercido dois mandatos. Cunha Lima assumiu a presidência do conselho em 2004, quando o cargo passou a ser remunerado. Antes, por nove anos, presidiu a FPA.
Seu novo projeto já tem nome: Instituto Brasileiro de Televisão e Comunicação Pública. Segundo Cunha Lima, o órgão cuidará de "pesquisas e diretrizes para a TV pública".
"Qual é o acervo da TV pública? Qual é seu futuro depois da internet? Vamos fazer isso de forma independente, para poder discutir sem restrição, porque as TVs públicas estão ligadas aos governos", disse.
Para a formação do instituto, afirmou à Folha, terá de criar uma sociedade civil sem fins lucrativos, reunir sócios fundadores e elaborar um instituto.
"Vou chamar todas as pessoas que pensam a televisão. O [Eugênio] Bucci, por exemplo."
Cunha Lima já imagina como viabilizar financeiramente o instituto. "Vamos pedir ajuda de fundações, como a Ford Foundation, das próprias TVs públicas e de empresas pela Lei Rouanet [benefício fiscal para apoio à cultura]."
Sobre uma possível sede, falou: "Vamos ver se alguém nos doa. O governo está cheio de locais que hoje são inúteis. Mas ainda não conversei com ninguém porque, primeiro, quero organizar a ideia com a sociedade civil para que o governo não pense que poderá interferir no instituto", disse.
De acordo com Cunha Lima, o instituto vai ser criado com "instituições representativas do setor público, como Abepec [emissoras públicas e educativas], ABTU [TVs universitárias], Astral [legislativas] e Apcom [comunitárias]".
Por outro lado, segundo a Folha apurou, ele também articula a formação de uma espécie de "núcleo duro" no conselho da Fundação Padre Anchieta, do qual é membro vitalício. "A ideia é reforçar o comitê administrativo e financeiro para ajudar o presidente executivo a dirigir a televisão em paz."
Paulo Markun, que preside a FPA desde 2007, enfrenta resistência de alguns conselheiros ligados ao governo para sua reeleição e não se declara candidato. Apesar disso, confirmou à Folha ter interesse em "prosseguir com o trabalho".


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