Maestro foi afastado em 2005 por John Neschling

JOÃO BATISTA NATALI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O maestro paulistano Roberto Minczuk, 42, voltará a reger hoje a Osesp (Sinfônica do Estado), da qual foi afastado em 2005 pelo então diretor artístico, John Neschling. Atual diretor da OSB (Sinfônica Brasileira), do Rio, e da Filarmônica de Calgary (Canadá), ele regerá, em três récitas, até sábado, programa com a "Abertura Zur Namensfeier", de Beethoven, a estreia do "Concerto para Violino e Orquestra", do brasileiro Ronaldo Miranda, e a "Sinfonia nº 1", de Gustav Mahler.
O concerto de Miranda trará como solista Cláudio Cruz, que será homenageado por seus 20 anos como spalla do conjunto sinfônico paulista.
Minczuk diz que, quando de seu afastamento, fez a revisão de uma versão integral das "Bachianas", gravadas com a Osesp para o selo sueco Bis. "Desde então, meus contatos com a Osesp foram esporádicos".
Diz ainda que reinterpretar Mahler com a orquestra é como "reavivar uma antiga paixão".
Quanto à abertura de Beethoven, Minczuk qualifica de anomalia sua ausência nos programas sinfônicos. "As pessoas gostam de ouvir o que já conhecem", afirma. Minczuk está gravando em Calgary a integral das sinfonias do compositor alemão. Também tem programada, na Bélgica, a regência da Orquestra Nacional daquele país.
Entre os dias 29 de abril e 1º de maio, último programa do mês, o regente da Osesp será Alexander Vedernikov, ex-diretor musical do Teatro Bolshoi, que se apresenta com a pianista brasileira Cristina Ortiz. Eles interpretarão o "Concerto nº 2", do sueco Wilhelm Stenhammar, morto em 1927.