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São Paulo, quinta-feira, 22 de maio de 2003

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Oliver Stone regrava filme sobre Fidel

SILVANA ARANTES
ENVIADA ESPECIAL A CANNES

O cineasta norte-americano Oliver Stone disse ontem que, na semana passada, filmou 20 horas de depoimento de Fidel Castro para a remontagem de seu documentário sobre o ditador cubano, "El Comandante".
O filme teve o lançamento suspenso pela HBO, depois da execução, em abril, de três cubanos que tentavam fugir da ilha. Stone disse que é "injusta" a classificação do documentário como pró-Fidel. "Fiz perguntas duras. O filme mostra Castro por ele mesmo. Por que censurar a palavra de um homem?", disse, durante a "Aula de Cinema" que deu ontem, durante o Festival de Cannes.
Stone disse que percebeu a importância de Cuba para as próximas eleições presidenciais americanas, em 2006. "Se Bush tiver os votos da Califórnia, pode vencer."
O diretor afirmou que "os EUA são uma economia militar industrial, em que as grandes corporações têm o controle do Estado, o que é uma forma de fascismo". Segundo ele, esse controle é obtido pelo financiamento das campanhas políticas.
Stone afirmou que o novo depoimento do ditador cubano é "um documento histórico". "Na outra filmagem [em 2001], ele não falou tão abertamente, porque Cuba estava num processo de aproximação com os EUA."
Comentando a guerra no Iraque, o diretor disse que "toda vez que os EUA vão à guerra é por razões econômicas. O país está num buraco e precisa achar recursos". Stone acaba de filmar um documentário sobre o palestino Iasser Arafat para a TV.


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