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Oliver Stone regrava filme sobre Fidel
SILVANA ARANTES
ENVIADA ESPECIAL A CANNES
O cineasta norte-americano Oliver Stone disse ontem
que, na semana passada, filmou 20 horas de depoimento de Fidel Castro para a remontagem de seu documentário sobre o ditador cubano, "El Comandante".
O filme teve o lançamento
suspenso pela HBO, depois
da execução, em abril, de
três cubanos que tentavam
fugir da ilha. Stone disse que
é "injusta" a classificação do
documentário como pró-Fidel. "Fiz perguntas duras. O
filme mostra Castro por ele
mesmo. Por que censurar a
palavra de um homem?",
disse, durante a "Aula de Cinema" que deu ontem, durante o Festival de Cannes.
Stone disse que percebeu a
importância de Cuba para as
próximas eleições presidenciais americanas, em 2006.
"Se Bush tiver os votos da
Califórnia, pode vencer."
O diretor afirmou que "os
EUA são uma economia militar industrial, em que as
grandes corporações têm o
controle do Estado, o que é
uma forma de fascismo". Segundo ele, esse controle é
obtido pelo financiamento
das campanhas políticas.
Stone afirmou que o novo
depoimento do ditador cubano é "um documento histórico". "Na outra filmagem
[em 2001], ele não falou tão
abertamente, porque Cuba
estava num processo de
aproximação com os EUA."
Comentando a guerra no
Iraque, o diretor disse que
"toda vez que os EUA vão à
guerra é por razões econômicas. O país está num buraco e precisa achar recursos".
Stone acaba de filmar um documentário sobre o palestino Iasser Arafat para a TV.
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