São Paulo, domingo, 22 de maio de 2011

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DEPOIMENTO

Um dia, um beatle chamou o meu nome

CRISTINA GRILLO
DO RIO

Pense numa personalidade que tenha passado pelo Rio nos últimos 25 anos. Estive perto de muitas delas, escrevendo para a Folha ou para outros veículos por onde passei.
Cumprimentei Fidel Castro; visitei uma mostra ao lado do rei espanhol Juan Carlos; vi Michael Jackson no morro Dona Marta; conversei com José Saramago em uma festa; encontrei o papa João Paulo 2º na biblioteca da casa onde se hospedou.
Mas nada se compara à primeira vez que estive com Paul McCartney.
Na tarde de 21 de abril de 1990 eu e mais três jornalistas aguardávamos Paul para uma rápida entrevista em seu camarim, horas antes de seu segundo show no Maracanã.
A porta se abre. Paul entra vestindo calça e tênis pretos e camisa tigrada. Sorrindo, estende a mão e diz: "Hello, Cristina, how are you?". Gaguejei algo em resposta.
Da breve conversa, confesso, quase não lembro. Recordo-me que ele falou pouco de música e muito de ambientalismo. Mas de algo não esqueço. Um beatle me chamou pelo nome. E ele era muito cheiroso.


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