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"É..." volta datada
da Reportagem Local
Não se corre o risco de confundir
Millôr Fernandes com um revolucionário, no teatro. Em 55, com
"Pigmaleoa", já saudoso, ele reagia
ao Rio dos arranha-céus. Em 77,
com "É...", reagiu ao divórcio e ao
amor livre apontando supostos
riscos trágicos.
Duas décadas depois, "É..." soa
datada. A sua comédia de costumes é formal e tematicamente conservadora, os seus "jovens" meros
tipos, caricaturas a merecerem punição -em nada ajudados, vale
dizer, por atuações equivocadas
como a de Iza do Eirado.
A peça mostra como um homem
de 50 anos, Mário, troca a mulher
de 45, Vera, por uma jovem de 24,
apenas para iniciar novas frustrações e culminar num suicídio, do
ex-marido da jovem.
"É..." se sustenta pelo envolvente
esforço de Elizabeth Savalla para
dar vida a Vera. Também o ator
Carlos Cappelety alcança bons resultados com Mário, menos pelo
esforço e mais pela experiência e
tempo cômico. A encenação de Camilo Áttila conseguiu suprimir o
pouco de risco que havia no texto
de Millôr.
(NS)
Avaliação:
Espetáculo: É...
Texto: Millôr Fernandes
Quando: sex. e sáb., às 21h; dom., às 19h
Onde: sala São Luiz (av. Pres. Juscelino
Kubitschek, 1.830, tel. 011/827-4111)
Quanto: R$ 25 (sex. e dom.) e R$ 30 (sáb.)
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