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Criador do Robin e do Coringa chega hoje
do Guia da Folha
Um dos principais artistas da
história do Batman e dos quadrinhos norte-americanos chega hoje
ao Brasil: Jerry Robinson, criador
do Coringa e do Robin, aterrissa
em Recife para participar do 1º
Festival Internacional de Humor e
Quadrinhos de Pernambuco, que
começa no próximo dia 25.
A participação de Robinson nas
histórias do Batman influencia as
HQs norte-americanas até hoje. O
Coringa foi o primeiro supervilão
dos gibis. Depois dele vieram centenas de "superinimigos", com os
mais diversos poderes, uniformes
e superpoderes. E tudo começou
porque "todo herói da mitologia
tem um grande inimigo", como
Robinson disse à Folha em entrevista concedida por telefone de
Nova York, onde mora.
Embora ainda crie charges, Robinson passa a maior parte do seu
tempo trabalhando como presidente do Cartoonists & Writers
Syndicate (Sindicato dos Cartunistas e Escritores) -em inglês, a palavra "cartoonist" engloba, além
de cartunistas, quadrinhistas,
chargistas e caricaturistas.
Leia a seguir trechos da entrevista com Robinson.
(PCA)
Folha - O Coringa é hoje um dos
mais famosos supervilões das HQs.
Como ele foi criado?
Jerry Robinson - Não havia, naquela época, vilões fortes nos quadrinhos. O Coringa foi o primeiro
supervilão. Eu sabia que todo
grande herói da mitologia e da ficção tinha uma grande vilão. É o caso de Sherlock Holmes e Moriarty,
e, na "Bíblia", de Davi e Golias. Eu
queria que o Batman enfrentasse
continuamente um mesmo vilão.
Eu acho que um personagem
bom deveria ter alguma coisa de
diferente, alguma contradição na
sua personalidade. E eu senti que
um vilão com senso de humor daria uma combinação interessante.
Folha - Robin foi o primeiro "sidekick" (termo usado para designar o parceiro adolescente de um
super-herói tradicional). Depois
vieram o Kid Flash, do Flash, o
Aqualad, do Aquaman, e outros.
Como o Robin foi criado?
Robinson - O Robin foi criado pelo Bill Finger (que escrevia as histórias do Batman na época), pelo
Bob Kane (que as desenhava) e por
mim. Nós precisávamos de um
menino que interessasse aos jovens. Assim, eles poderiam imaginar que eles estavam com o Batman em suas aventuras. Eu tirei o
nome e o uniforme das aventuras
do Robin Hood.
Folha - Como o sr. começou a trabalhar com Bob Kane e Bill Finger?
Robinson - Eu conheci o Bob (Kane) por acaso. Ele queria que mais
alguém integrasse o time do Batman, trabalhando com ele e com o
Bill (Finger). Eu comecei exatamente quando o Batman começou.
Não imaginava que eu seria um
cartunista profissional.
Folha - O sr. lê as histórias atuais
do Batman?
Robinson - Não tenho tempo por
causa do sindicato. Eu viajo muito
representando os cartunistas.
Folha - O sr. assistiu a algum dos
filmes do Batman?
Robinson - Sim, os dois primeiros. Gostei das performances e dos
cenários, mas não da história. Eles
exploraram efeitos técnicos e a violência, e estes não são os nossos
conceitos originais do Batman.
Folha - O sr. já veio ao Brasil em
1992 e 97. Do que o sr. se lembra?
Robinson - Na primeira vez eu
conheci o Rio, cidade muito bonita. Encontrei fãs muito bons, como
o Ziraldo. Passamos um grande
fim-de-semana juntos.
Folha - Ele é um bom fã seu e um
grande artista.
Robinson - Sim, um artista muito
bom. Eu ainda visitei São Paulo e
fui entrevistado pelo Jô Soares.
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