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Batman - o morcego faz 60 anos
PEDRO CIRNE DE ALBUQUERQUE
do Guia da Folha
Seria bem melhor para os fãs se o
quinto longa-metragem fosse lançado este ano. Mas, mesmo com o
adiamento do filme, os batmaníacos brasileiros poderão visitar
duas mostras, uma no MIS e outra
no Conjunto Nacional, que celebram os 60 anos do Batman.
Além das exposições, está previsto para julho o lançamento de "Sob
os Céus de Gotham City", livro do
jornalista Fernando Lopes que retrata a história do super-herói. E
há a vinda ao Brasil de Jerry Robinson, um dos artistas que mais influenciou a história do personagem, criando o Robin e o Coringa
(leia entrevistas com Lopes e Robinson nesta página).
O livro de Lopes é oportuno para
esclarecer a conturbada "carreira"
do homem-morcego. Por ser um
personagem antigo, ele é constantemente "renovado" pela sua editora, a DC Comics. Suas histórias
são zeradas e passam a ser recontadas a partir do início.
O objetivo de recomeçar tudo é
dar uma chance aos novos leitores
de acompanhar o herói. Obviamente mais importante do que isso é fazer com que passem a comprar todas as suas revistas mensais,
além das cada vez mais frequentes
edições especiais.
Atualmente são seis títulos mensais nos EUA, além de outros cinco
que trazem personagens extraídos
do universo do Batman: Asa Noturna (o primeiro Robin), Azrael
(que foi o segundo Batman), Mulher-Gato, Oráculo (a antiga Batmoça) e Robin. No Brasil, duas revistas, "Batman" e "Batman: Vigilantes de Gotham", publicam as
histórias do personagem.
O problema de zerar as histórias
do personagem e recontá-las é que
algumas aventuras são descartadas como se não tivessem ocorrido. O álbum de luxo "O Filho do
Demônio", por exemplo, termina
com o nascimento de um filho do
Batman. Esse fato não vale mais: a
história foi colocada "fora da cronologia" e o único filho que o Batman tem é adotado: Jason Todd, o
segundo Robin.
Uma vantagem dos constantes
recomeços dos super-heróis é que
o leitor pode descobrir como surgiram determinados coadjuvantes
ou supervilões. Assim, por exemplo, os leitores mais novos ficam
sabendo por que Dick Grayson
deixou de ser o Robin para virar o
Asa Noturna, como o segundo Robin (Jason Todd) foi morto pelo
Coringa e a origem do terceiro e
atual Robin, Timothy Drake.
Por outro lado, algumas dessas
origens mudam radicalmente a cada renovação, caso da Mulher-Gato. Ela foi criada como uma ex-aeromoça, já foi uma ex-prostituta e
agora é uma órfã que oscila entre
pequenos furtos e boas ações
-atualmente ela faz parte da Liga
da Justiça, principal supergrupo
da editora, lutando ao lado do Super-Homem, da Mulher-Maravilha e do próprio Batman.
Exposições
"Batman: A Trajetória", mostra
que acontece no Conjunto Nacional, retrata momentos da história
do homem-morcego. São 31 quadros que cobrem os principais desenhistas, os "bat-utensílios", a galeria dos vilões e as mudanças na
visão do personagem.
A outra mostra, "Batman: A Trajetória (A Visão do Artista Brasileiro)", sediada no MIS, trará 31 desenhos de artistas nacionais. As duas
exposições estarão em cartaz de 1º
a 31 de julho. Depois, passarão por
várias cidades brasileiras.
Entre outros, mostrarão sua visão pessoal do herói Ziraldo, Lourenço Mutarelli, Maurício de Sousa e os colaboradores da Folha
Laerte e Paulo Caruso. Também
estarão expostos desenhos de Cariello, Marcelo Campos, Rogério
Cruz e Rogério Vilela, da Fábrica
de Quadrinhos, que organizam as
mostras com a Via das Artes.
Paralelamente às exposições, o
MIS também exibirá 12 desenhos e
os quatro filmes do Batman -dá
para comparar Michael Keaton
("Batman" e "Batman - O Retorno"), Val Kilmer ("Batman Eternamente") e George Clooney
("Batman e Robin") e escolher
qual deles se saiu melhor na pele de
Bruce Wayne.
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