São Paulo, Sábado, 22 de Maio de 1999
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Batman - o morcego faz 60 anos

PEDRO CIRNE DE ALBUQUERQUE
do Guia da Folha

Seria bem melhor para os fãs se o quinto longa-metragem fosse lançado este ano. Mas, mesmo com o adiamento do filme, os batmaníacos brasileiros poderão visitar duas mostras, uma no MIS e outra no Conjunto Nacional, que celebram os 60 anos do Batman.
Além das exposições, está previsto para julho o lançamento de "Sob os Céus de Gotham City", livro do jornalista Fernando Lopes que retrata a história do super-herói. E há a vinda ao Brasil de Jerry Robinson, um dos artistas que mais influenciou a história do personagem, criando o Robin e o Coringa (leia entrevistas com Lopes e Robinson nesta página).
O livro de Lopes é oportuno para esclarecer a conturbada "carreira" do homem-morcego. Por ser um personagem antigo, ele é constantemente "renovado" pela sua editora, a DC Comics. Suas histórias são zeradas e passam a ser recontadas a partir do início.
O objetivo de recomeçar tudo é dar uma chance aos novos leitores de acompanhar o herói. Obviamente mais importante do que isso é fazer com que passem a comprar todas as suas revistas mensais, além das cada vez mais frequentes edições especiais.
Atualmente são seis títulos mensais nos EUA, além de outros cinco que trazem personagens extraídos do universo do Batman: Asa Noturna (o primeiro Robin), Azrael (que foi o segundo Batman), Mulher-Gato, Oráculo (a antiga Batmoça) e Robin. No Brasil, duas revistas, "Batman" e "Batman: Vigilantes de Gotham", publicam as histórias do personagem.
O problema de zerar as histórias do personagem e recontá-las é que algumas aventuras são descartadas como se não tivessem ocorrido. O álbum de luxo "O Filho do Demônio", por exemplo, termina com o nascimento de um filho do Batman. Esse fato não vale mais: a história foi colocada "fora da cronologia" e o único filho que o Batman tem é adotado: Jason Todd, o segundo Robin.
Uma vantagem dos constantes recomeços dos super-heróis é que o leitor pode descobrir como surgiram determinados coadjuvantes ou supervilões. Assim, por exemplo, os leitores mais novos ficam sabendo por que Dick Grayson deixou de ser o Robin para virar o Asa Noturna, como o segundo Robin (Jason Todd) foi morto pelo Coringa e a origem do terceiro e atual Robin, Timothy Drake.
Por outro lado, algumas dessas origens mudam radicalmente a cada renovação, caso da Mulher-Gato. Ela foi criada como uma ex-aeromoça, já foi uma ex-prostituta e agora é uma órfã que oscila entre pequenos furtos e boas ações -atualmente ela faz parte da Liga da Justiça, principal supergrupo da editora, lutando ao lado do Super-Homem, da Mulher-Maravilha e do próprio Batman.

Exposições
"Batman: A Trajetória", mostra que acontece no Conjunto Nacional, retrata momentos da história do homem-morcego. São 31 quadros que cobrem os principais desenhistas, os "bat-utensílios", a galeria dos vilões e as mudanças na visão do personagem.
A outra mostra, "Batman: A Trajetória (A Visão do Artista Brasileiro)", sediada no MIS, trará 31 desenhos de artistas nacionais. As duas exposições estarão em cartaz de 1º a 31 de julho. Depois, passarão por várias cidades brasileiras.
Entre outros, mostrarão sua visão pessoal do herói Ziraldo, Lourenço Mutarelli, Maurício de Sousa e os colaboradores da Folha Laerte e Paulo Caruso. Também estarão expostos desenhos de Cariello, Marcelo Campos, Rogério Cruz e Rogério Vilela, da Fábrica de Quadrinhos, que organizam as mostras com a Via das Artes.
Paralelamente às exposições, o MIS também exibirá 12 desenhos e os quatro filmes do Batman -dá para comparar Michael Keaton ("Batman" e "Batman - O Retorno"), Val Kilmer ("Batman Eternamente") e George Clooney ("Batman e Robin") e escolher qual deles se saiu melhor na pele de Bruce Wayne.


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