São Paulo, terça-feira, 22 de junho de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FILMES

A Casa Inteligente
SBT, 14h30.
 
(Smart House). EUA, 1999, 90 min. Direção: LeVar Burton. Com Katey Sagal, Ryan Merriman. Família ganha concurso e, com ele, o direito de viver em Pat, a casa inteligente. Um desarranjo a deixará fora de controle.

Volta por Cima
Globo, 15h50.
  
(Get over It). EUA, 2001. Direção: Tommy O'Haver. Com Kirsten Dunst, Ben Foster. Rapaz leva um fora da namorada e tenta reconquistá-la. Com o tempo, irá se interessar pela irmã de um amigo.

Inimigo do Estado
SBT, 22h30.
  
(Enemy of the State). EUA, 1998, 150 min. Direção: Tony Scott. Com Will Smith, Gene Hackman. Advogado recebe fita de um amigo que logo em seguida é assassinado. É dor de cabeça na certa: na fita está registrado o assassinato de um senador. Todo mundo quer o documento, e o advogado acaba sendo incriminado pelos responsáveis pelo crime ali registrado. Na árdua tarefa de demonstrar sua inocência, será ajudado por ex-agente de inteligência.

Intercine
Globo, 1h30.

Dois dramas envolvendo penitenciária estão na berlinda: "O Segredo" (1996, de James Foley, com Chris O'Donnell, Gene Hackman) e "As Oito Condenadas" (2000, de Janet Meyers, com Brett Cullen, Robin Givens).

Policial por Acaso
SBT, 2h45.
  
(Off Beat). EUA, 1986, 90 min. Direção: Michael Dinner. Com Judge Reinhold, Meg Tilly, Harvey Keitel. Um pacífico bibliotecário toma o lugar de seu amigo policial durante uma festa. Seu encontro com uma detetive abre a ocasião para esta comédia romântica.

Busca Frenética
Globo, 3h30.
   
(Frantic). EUA, 1988, 103 min. Direção: Roman Polanski. Com Harrison Ford, Emmanuelle Seigner, John Mahoney. Durante viagem a Paris, o médico Ford se vê às voltas com o súbito e misterioso desaparecimento de sua mulher (Seigner). Encontrá-la implica envolver-se numa aventura cheia de perigos. Num "thriller" à moda de Hitchcock, Polanski não passa vergonha: o filme tem ação e prende o interesse. Mas daí ao brilho de Hitchcock (e mesmo de certos outros filmes de Polanski) vai certa distância. Em todo caso, há ali a beleza de Seigner, que é um caso sério.

O Meu Melhor Companheiro
SBT, 4h25.
  
(Old Yeller). EUA, 1957, 83 min. Direção: Robert Stevenson. Com Dorothy McGuire, Fess Parker, Jeff York. Menino traz para casa um cachorro que encontra na rua com péssimas referências, pois é velho, feio e bagunceiro. Mas o menino seduzirá o cão, e o cão seduzirá a família. Infantil realizado por especialista no gênero. (IA)

"Os Outros" e o terror sugerido

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Em uma antologia da literatura fantástica, Borges e Bioy Casares selecionaram um texto de Swedenborg sobre o mistério da morte.
Vale a pena ler o texto antes ou depois de assistir a "Os Outros" (Cinemax, 22h), dirigido por Alejandro Amenábar.
Chileno de carreira espanhola antes de seguir para os EUA, Amenábar ocupa-se aqui de uma estranha mulher (Nicole Kidman) que, com os delicados filhos (extremamente sensíveis à luz), espera o retorno do marido, que foi à guerra.
Os americanos costumam comparar este filme a Hitchcock, e creio que nunca saberei por quê. Parece-me que mais pertinente seria aproximá-lo da série de terror de Val Lewton para a RKO, nos anos 40, que introduziu o terror da sugestão. É nessa linha que o filme segue. E bem.

DOCUMENTÁRIO

"Surplus" disseca sociedade de consumo

ALESSANDRA KORMANN
DA REPORTAGEM LOCAL

A sociedade de consumo destruiu o planeta. Milhares de jovens saem às ruas para protestar e tentar impulsionar a mola da história em um sentido mais justo. Mas por que tanta raiva?
Esse é o mote do documentário "Surplus" (Supérfluo), dirigido pelo sueco Erik Gandini, que o GNT exibe na quinta-feira. O filme, premiado no Festival de Documentários de Amsterdã do ano passado, critica de maneira corrosiva o consumismo dos tempos modernos em seus pilares.
Imagens de pessoas dormindo em frente aos seus computadores são intercaladas com os urros de Steve Ballmer, CEO da Microsoft, todo suado, correndo pelo palco em uma palestra para funcionários, berrando: "Eu amo esta empresa! Yeah!".
"Consuma só o necessário", diz Fidel Castro, em um discurso. Mas o que é o necessário? Uma garota cubana fala sobre seu deslumbramento em uma viagem à Europa, enquanto vemos as prateleiras vazias em Cuba. "Eu não parava de trocar os canais da TV e de comer Big Macs. Meu corpo pedia mais." Um jovem de 19 anos, que ficou milionário com a indústria da informação, diz que odeia o dinheiro e não sabe o que fazer com ele. Sente-se vazio.
Mas é possível comprar prazer, mostra o filme. Bonecas de plástico para fins sexuais são produzidas com tecnologia hollywoodiana. Os seios de silicone flexível e apalpável prometem o tesão. Custam de US$ 6.000 a US$ 7.000.
"Inconseqüência não é protestar, e sim arrumar um emprego e entrar no sistema", diz o cientista político John Zerzan, um dos inspiradores do movimento antiglobalização. Para ele, quebrar vitrines de redes de fast food não é violência. "Protestar carregando faixas nunca adiantou."
O documentário foca os protestos durante a reunião de cúpula do G8 em Gênova, em 2001, quando o ativista Carlo Giuliani foi morto pela polícia. "Property damage" (danos à propriedade): a frase é martelada durante o documentário, em ritmo de videoclipe. O objetivo é distorcer a realidade e documentar uma impressão subjetiva. Em "Surplus", George W. Bush, Tony Blair, Jacques Chirac e Bill Gates soltam as mesmas frases, na mesma língua do mal. Não se sabe quem está falando, mas pouco importa.


SURPLUS. Quando: qui. (dia 24), no GNT, às 21h30.


Texto Anterior: Astrologia
Próximo Texto: José Simão: Buemba! Marta tá usando trator loiro!
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.