São Paulo, sexta-feira, 22 de junho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Última Moda

ALCINO LEITE NETO - ultima.moda@folha.com.br

Verão das metrópoles

São Paulo Fashion Week tem temporada morna e aposta mais no estilo urbano do que no das praias; saiba quais foram as principais coleções e tendências

A temporada primavera/verão 2008 da São Paulo Fashion Week não foi tão pulsante quanto gostariam os fashionistas. No geral, foi uma temporada mediana e cautelosa, pontuada por alguns grandes desfiles. Como a ousadia esteve em falta, pouca gente errou feio, mas também foram raros os acertos memoráveis.
Seja por falta de inspiração, seja por causa da pressão dos prazos para fazer as coleções, seja ainda devido à realidade atroz do câmbio, da exportação e do consumo sofisticado no país, as grifes recorreram a soluções de estilo mais comerciais. Mesmo com essa opção prática, o improviso ficou evidente em muitas passarelas.
No aspecto temático, o verão da SPFW surpreendeu com uma recusa dos estereótipos praianos, passando longe dos tropicalismos de ocasião. O preto dominou as passarelas, fazendo contraponto com laranjas e azuis intensos e com a artificialidade dos tons flúor.
As brincadeiras com o guarda-roupa masculino, em desconstruções mais ou menos óbvias, apareceram em muitos desfiles. O elemento esportivo, na forma de um "surf-noir" -entre o mar e o asfalto, o esportivo e glamour urbano do filme "noir"- também foi aposta de peso na temporada.
Na maioria, os estilistas criaram um verão voltado para o cotidiano e para a noite, em vez de para o lazer e para a praia -e o principal sintoma disso foi o grande fracasso do "beachwear" tradicional nesta edição.
Apesar do seu clima morno, o evento trouxe algumas boas surpresas, especialmente nas estréias de Rodolfo Murilo de Souza, à frente da Carlota Joakina, segunda grife de Glória Coelho, e de Igor de Barros no comando da V.Rom. Rita Wainer também agradou no primeiro desfile da 2nd Floor, linha mais jovem da Ellus.
Na Triton, a novata Karen Fuke, que acaba de assumir a coordenação de estilo da marca de Tufi Duek, fez uma coleção com altos e baixos, mas demonstrou um senso de humor muito promissor para a grife.
Entre os destaques, mais uma vez brilharam os talentos de Alexandre Herchcovitch e Clô Orozco, que foram decisivos, cada um em seu estilo e concepção de moda, na definição desse verão focado na realidade das grandes metrópoles.

Apostas de verão
1 - Peças adaptadas do guarda-roupa masculino
2 - Esportivo-chique
3 - Moletons em propostas "streetwear" e modelagens mais sofisticadas
4 - Saias, shorts e calças de cintura altíssima
5 - "Hot pants" (microshorts bem justos)
6 - Mangas amplas
7 - Pantalonas e calças com volume no quadril
8 - Cavas pronunciadas
9 - Jeans coloridos, ainda com modelagem "skinny"
10 - Tecidos com fibras naturais e tecnológicos com efeito metalizado ou plastificado
11 - Comprimentos curtos
12 - Preto, cores fortes (laranja, azul klein) e flúor
13 - Laçarotes, gravatas, lenços e suspensórios
14 - Rasteirinha, saltos grossos altíssimos e sandália-bota
15 - Balonês


com VIVIAN WHITEMAN

Texto Anterior: Garfo, faca e rock´n roll
Próximo Texto: Música - Crítica/rock: Dupla White Stripes retoma influências de blues e Zeppelin
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.