São Paulo, domingo, 22 de junho de 2008

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"Poema Sujo", de Ferreira Gullar, é último volume da "Coleção Folha"

Obra que marcou poesia do século 20 chega às bancas no próximo domingo

DA REPORTAGEM LOCAL

Escrito pelo poeta, escritor e dramaturgo Ferreira Gullar durante seu exílio na Argentina, "Poema Sujo" -último volume da "Coleção Folha Grandes Escritores Brasileiros"- é considerado uma das principais composições poéticas do último quartel do século 20.
A primeira notícia que se teve do longo poema foi por meio de uma fita cassete que Vinicius de Moraes trouxe ao Brasil em 1975. Segundo o compositor, ouvir os versos de Gullar mexeu com ele "até a medula".
Vinicius -que dizia ter deixado de se interessar pela poesia por causa da impotência dos poetas "para fecundá-la, para manchá-la de sangue, suor e sêmen, para banhá-la de lágrimas de amor, para cobri-la da saliva grossa de beijos apaixonados"- compara a emoção causada pelo poema à da leitura de Baudelaire, Rimbaud, Shakespeare e Keats.
"Poema Sujo" tem o mérito de se libertar de alguns padrões do fazer poético então em voga e de devolver ao texto o fluxo da vida. Isso, sem perder em habilidade técnica, invenção verbal e poder de síntese.
Nascido em 1930 em São Luís, Gullar alinhou-se ao movimento concretista, para depois romper com ele e lançar o "Manifesto Neoconcreto". Foi membro do Centro Popular de Cultura (CPC) e um dos fundadores do grupo teatral Opinião.
Por causa da expatriação forçada pelo regime militar, "Poema Sujo" foi lançado sem a presença do autor, em 1976. Também escreveu "A Luta Corporal" e "Dentro da Noite Veloz".


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