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CRÍTICA BIOGRAFIA
Obra narra vida de Virginia Woolf de forma simplista
Falta de neutralidade do livro prejudica análise sobre a carreira da autora
NOEMI JAFFE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Em "Sou Dona da Minha
Alma", biografia de Virginia
Woolf por Nadia Fusini, a autora diz ao leitor que será sua
guia rumo "ao coração de
Virginia". Dessa forma, é difícil escrever algo distanciado.
Se não é obrigatório que
uma biografia seja neutra,
nesta, a perspectiva supera o
evidente vínculo emocional
para alçar-se como guia do
coração de Virginia.
É provável que toda biografia seja autobiográfica,
mas aqui chega-se a duvidar
se as afirmações são da biógrafa ou da própria Woolf.
A biógrafa chama a mãe de
Virginia de "nossa Julia" e a
autora de "nossa heroína".
E, num dos momentos
mais infelizes do livro: "Há
sempre um quê de perturbação nas mulheres. Há também em Virginia", e, num
lapso revelador: "Reconheço
que, em companhia daquela
estranha escória de artistas,
escritores, homossexuais,
lésbicas (...) que são seus
amigos, Virginia não se sentiu sozinha".
Também ficamos sabendo
de alguns fatos da vida de
Woolf, e seu suicídio, deve-se
reconhecer, não é tratado de
forma sensacionalista. Mas
fica a intenção de nos levar
ao seu coração. E esse, para o
bem da autora e da literatura,
deve permanecer inviolável.
SOU DONA DA MINHA ALMA
AUTORA Nadia Fusini
TRADUÇÃO Karina Jannini
EDITORA Bertrand Brasil
QUANTO R$ 45 (42O págs.)
AVALIAÇÃO ruim
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