DA SUCURSAL DO RIO

Depois dos shows lotados que fez em abril, Beth Carvalho volta hoje e amanhã à Tom Brasil. Mas não volta igual. A cantora chega de uma turnê pela Europa e pelos EUA que atingiu um sucesso inesperado até para ela mesma.
"Minha última viagem foi em 2003, mas só a Portugal. Havia muito tempo que não fazia uma turnê como essa, com 12 shows lotados em vários países e as pessoas muito empolgadas. Realmente, o Brasil está na moda. E não é só na França, mas também na Alemanha e em outros lugares", afirma ela, que cantou em Toulouse, Paris e San Francisco, entre outras cidades.
Beth participou do tradicional Festival de Montreux, na Suíça, cantando ao lado de Zeca Pagodinho e Jorge Aragão. A apresentação será transformada em um novo DVD. O último, "Beth Carvalho - A Madrinha do Samba", lançado este ano, é a base do show.
"Vou incluir duas músicas do próximo CD, que são "Lenços Brancos", do [compositor da Portela] Picolino, e "Tem Nada Não", do Almir Guineto e do Jorge Aragão. E devo fazer um pot-pourri de Carnaval que fez muito sucesso na turnê", adianta ela. Almir Guineto, co-autor de "Coisinha do Pai", um dos maiores sucessos de Beth, é um dos convidados. O Quinteto em Branco e Preto, conjunto de São Paulo, é outro.
Apesar da crise política, a engajada Beth se diz animada depois da turnê. "O samba é sempre revolucionário, porque é feito pelo povo, pelas pessoas que sabem onde o calo dói", diz ela, que apoiou Lula na campanha de 2002 mas se diz "cada vez mais Leonel Brizola". "Está todo mundo triste. Eu esperava dificuldades, mas não tanta corrupção."