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George Lucas leva empresa para prédio milionário em San Francisco
SHARON WAXMAN
DO "NEW YORK TIMES"
A luz do sol penetra pelas janelas da vistosa sede nova das empresas de George Lucas, uma
construção de US$ 350 milhões
(cerca de R$ 825 milhões) localizada no meio do distrito conhecido como Presidio, um antigo
acampamento do Exército nos limites da cidade de San Francisco,
oferecendo um espaço em que os
transeuntes podem conversar
com os funcionários da empresa
ao lado da fonte Yoda.
Por décadas a Lucasfilm, empresa de capital fechado controlada pelo diretor, e suas duas principais divisões -LucasArts, uma
produtora de videogames, e Industrial Light and Magic, uma importante criadora de efeitos especiais para cinema- tinham sedes
discretas na região norte de San
Rafael, ocultas por trás das muralhas do Skywalker Ranch.
Mas, desde a semana passada, a
empresa adotou uma nova atitude, corporificada por esse novo
complexo de quatro edifícios, o
Letterman Digital Arts Center, em
um parque de propriedade do governo federal que abrigava um
hospital do Exército e um estacionamento imenso. "É um espaço
muito público, e a nossa decisão
quanto a isso foi deliberada", diz
Micheline Chau, presidente da
Lucasfilm. "Passamos muitos
anos escondidos, e não estou certa de que isso fosse bom para a
empresa como um todo."
Líderes municipais e regionais
estão contando com a nova sede
da empresa para causar exatamente esse efeito, esperando que
sirva como um símbolo visível da
conexão da área com o mundo do
entretenimento, e como forma de
atrair produtoras de cinema e empresas especializadas do setor.
"Existe algo de simbólico nisso", disse Stefanie Coyote, diretora-executiva da comissão de cinema de San Francisco. "Quando ele
estava em Marin, as pessoas podiam legitimamente ignorar San
Francisco. Ele voltou a colocar
San Francisco no mapa como líder na tecnologia de entretenimento cinematográfico."
O Letterman Center, de 80 mil
m2, cria um novo marco. Pela primeira vez, a produtora de videogames LucasArts e a Industrial
Light and Magic estarão no mesmo local, dividindo o mesmo sistema de computação -que dizem ser o maior do ramo-, e
com acesso simultâneo a uma
única biblioteca digital. Assim, todas as imagens criadas para os filmes "Guerra nas Estrelas", por
exemplo, poderiam ser facilmente reutilizadas por designers trabalhando em um videogame, o
que não era o caso anteriormente.
A indústria cinematográfica
mais ampla está tentando criar
elos com o lucrativo setor de videogames, e a Lucasfilm está bem
posicionada para isso. Jim Ward,
que é presidente da LucasArts e
também diretor de marketing e
distribuição da Lucasfilm, disse
que espera que a maior parcela do
crescimento do grupo seja gerada
pelo setor de videogames.
"Queremos ser uma das cinco
grandes produtoras", disse, acrescentando que a LucasArts no momento ocupa o oitavo posto entre
as grandes produtoras de videogames. "Nenhuma outra empresa
de entretenimento tem nossa capacidade em termos de filmes, entretenimento doméstico, jogos,
efeitos visuais e efeitos sonoros.
Mas não nos transformamos em
uma grande corporação. Continuamos a ser uma pequena empresa." A Lucasfilm não revela seu
faturamento anual, mas a imprensa e estimativas do setor calculam-no em US$ 1,2 bilhão (cerca de R$ 2,3 bilhão), em 2003.
Lucas disse que, com a conclusão do épico "Guerra nas Estrelas", a área de TV e cinema da empresa se concentrará em filmes
menores e trabalhará com maior
independência e sem consultá-lo
tanto. O novo complexo abrigará
1.500 funcionários.
Tradução de Paulo Migliacci
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