São Paulo, sexta-feira, 22 de julho de 2005

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George Lucas leva empresa para prédio milionário em San Francisco

SHARON WAXMAN
DO "NEW YORK TIMES"

A luz do sol penetra pelas janelas da vistosa sede nova das empresas de George Lucas, uma construção de US$ 350 milhões (cerca de R$ 825 milhões) localizada no meio do distrito conhecido como Presidio, um antigo acampamento do Exército nos limites da cidade de San Francisco, oferecendo um espaço em que os transeuntes podem conversar com os funcionários da empresa ao lado da fonte Yoda.
Por décadas a Lucasfilm, empresa de capital fechado controlada pelo diretor, e suas duas principais divisões -LucasArts, uma produtora de videogames, e Industrial Light and Magic, uma importante criadora de efeitos especiais para cinema- tinham sedes discretas na região norte de San Rafael, ocultas por trás das muralhas do Skywalker Ranch.
Mas, desde a semana passada, a empresa adotou uma nova atitude, corporificada por esse novo complexo de quatro edifícios, o Letterman Digital Arts Center, em um parque de propriedade do governo federal que abrigava um hospital do Exército e um estacionamento imenso. "É um espaço muito público, e a nossa decisão quanto a isso foi deliberada", diz Micheline Chau, presidente da Lucasfilm. "Passamos muitos anos escondidos, e não estou certa de que isso fosse bom para a empresa como um todo."
Líderes municipais e regionais estão contando com a nova sede da empresa para causar exatamente esse efeito, esperando que sirva como um símbolo visível da conexão da área com o mundo do entretenimento, e como forma de atrair produtoras de cinema e empresas especializadas do setor.
"Existe algo de simbólico nisso", disse Stefanie Coyote, diretora-executiva da comissão de cinema de San Francisco. "Quando ele estava em Marin, as pessoas podiam legitimamente ignorar San Francisco. Ele voltou a colocar San Francisco no mapa como líder na tecnologia de entretenimento cinematográfico."
O Letterman Center, de 80 mil m2, cria um novo marco. Pela primeira vez, a produtora de videogames LucasArts e a Industrial Light and Magic estarão no mesmo local, dividindo o mesmo sistema de computação -que dizem ser o maior do ramo-, e com acesso simultâneo a uma única biblioteca digital. Assim, todas as imagens criadas para os filmes "Guerra nas Estrelas", por exemplo, poderiam ser facilmente reutilizadas por designers trabalhando em um videogame, o que não era o caso anteriormente.
A indústria cinematográfica mais ampla está tentando criar elos com o lucrativo setor de videogames, e a Lucasfilm está bem posicionada para isso. Jim Ward, que é presidente da LucasArts e também diretor de marketing e distribuição da Lucasfilm, disse que espera que a maior parcela do crescimento do grupo seja gerada pelo setor de videogames.
"Queremos ser uma das cinco grandes produtoras", disse, acrescentando que a LucasArts no momento ocupa o oitavo posto entre as grandes produtoras de videogames. "Nenhuma outra empresa de entretenimento tem nossa capacidade em termos de filmes, entretenimento doméstico, jogos, efeitos visuais e efeitos sonoros. Mas não nos transformamos em uma grande corporação. Continuamos a ser uma pequena empresa." A Lucasfilm não revela seu faturamento anual, mas a imprensa e estimativas do setor calculam-no em US$ 1,2 bilhão (cerca de R$ 2,3 bilhão), em 2003.
Lucas disse que, com a conclusão do épico "Guerra nas Estrelas", a área de TV e cinema da empresa se concentrará em filmes menores e trabalhará com maior independência e sem consultá-lo tanto. O novo complexo abrigará 1.500 funcionários.


Tradução de Paulo Migliacci

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