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FOTOGRAFIA
Site com imagens de mestres fica pronto em 2006
Eastman e International Center se unem e montam museu virtual
RANDY KENNEDY
DO "NEW YORK TIMES"
Dois centros fotográficos americanos proeminentes -o George
Eastman House, em Rochester, e
o International Center of Photography, em Midtown- começaram, a partir de 1999, a reconhecer
que precisavam um do outro.
Mais especificamente, os responsáveis pelo Eastman House
-o mais antigo museu fotográfico do mundo, com mais de 400
mil fotos e negativos em seu acervo, que data da invenção da fotografia- se deram conta de que o
museu precisava de uma presença
em Nova York. E o International
Center, uma instituição mais jovem, com uma coleção menor,
queria ter acesso ao imenso acervo do Eastman, que inclui trabalhos de Ansel Adams, Alfred Stieglitz, Edward Steichen e Lazlo
Moholy-Nagy.
A colaboração entre os dois museus resultou em várias exposições conjuntas, incluindo "Young
America: The Daguerreotypes of
Southworth and Hawes" (américa jovem: os daguerreótipos de
southworth e hawes) e uma mostra que terminou neste ano das
notáveis fotos de prostitutas de
Nova Orleans no início dos anos
1900 feitas por E. J. Bellocq, imagens tiradas metade do Eastman e
metade do International Center.
Agora, porém, as duas instituições estão trabalhando sobre um
projeto ambicioso que visa criar
um dos maiores bancos de dados
de fotografia dos grandes mestres,
acessível livremente na web.
O site photomuse.org, por enquanto ativo apenas como site em
fase de testes, ficará pronto no outono americano de 2006, e a previsão é que inclua 200 mil fotos.
O site terá muitas imagens que
já se tornaram ícones, do tipo que
há anos são encontradas em pôsteres e postais, como, por exemplo, a foto de Stieglitz de uma árvore fina enquadrada por edifícios de escritórios de Nova York
num dia de chuva, as multidões
em Coney Island fotografadas por
Weegee, e "Ícaro sobre o Empire
State Building", de Lewis Hine.
Haverá também milhares de
outros trabalhos de artistas eminentes que o público raramente
tem a oportunidade de ver. Haverá, também, coleções de fotógrafos menos conhecidos, como Roman Vishniac, James VanDerZee
e Ralph Eugene Meatyard.
Os criadores dizem que o objetivo é organizar o site de modo que
as obras possam ser localizadas
não apenas pelo nome do fotógrafo mas também de várias outras
maneiras. Por exemplo, uma foto
de Hine de um casal de imigrantes
italianos poderia ser encontrada
sob os verbetes "imigração", "ítalo-americanos", "Ellis Island" ou
"fotografia urbana".
Cada foto também pode ser
classificada de maneiras mais técnicas, como cópia de albumina,
cópia de gelatina prateada, ou pelo tipo de máquina com a qual a
foto foi feita.
"Nossa intenção não foi criar
um site apenas para pesquisadores acadêmicos", explicou Willis
E. Hartshorn, diretor do International Center.
Hoje já existem dezenas de bancos de dados digitais de fotografia
na web, mas muitos deles, como o
Corbis and Getty Images, são sites
comerciais que não permitem o
acesso livre do público a seus
acervos. O site Photomuse vai se
juntar a outros -como os da Biblioteca do Congresso, do Metropolitan Museum of Art e do britânico Museu Nacional de Fotografia, Cinema e Televisão- que estão começando a formar um
imenso museu fotográfico virtual.
Financiado em parte por uma
doação do Instituto de Serviços a
Museus e Bibliotecas, de Washington, o projeto deverá ter um
custo inicial de US$ 800 mil.
O diretor do Eastman House,
Anthony Bannon, contou que um
dos maiores obstáculos com os
quais o projeto topou foi a conversão das imagens do Eastman e
do International Center para um
único sistema computadorizado.
Até agora, disse ele, o Eastman já
digitalizou 140 mil de suas fotos.
Ele explicou que muitas imagens podem ficar afastadas da
web por anos ainda em função de
disputas com vários fotógrafos
em torno de direitos autorais.
"Alguns deles são generosos e
compreendem o resultado positivo de terem suas imagens vistas
em nosso site, mas outros se preocupam com a perda de suas oportunidades de ganhar dinheiro."
Tradução de Clara Allain
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