São Paulo, sexta-feira, 22 de julho de 2005

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DOCUMENTÁRIO

Especial inédito relembra Orlando Silva

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Príncipe do Disco e Rei do Rádio foram alguns dos títulos que Orlando Silva (1915-1978), carioca do Engenho de Dentro, recebeu em sua carreira. Mas tente ouvir algo dele no rádio hoje em dia.
Não vai rolar. Por isso, o documentário da STV "Orlando Silva -O Cantor das Multidões" surge como uma bela maneira de conhecer uma de tantas vozes que o Brasil, o mercado, os programadores e os ouvintes esqueceram.
Alto lá: nem todos. Ainda há senhores e senhoras que se dedicam a relembrar a trajetória do primeiro artista a entoar "Carinhoso" e "A Rosa", ambas de Pixinguinha. Imagine um artista que, 27 anos depois de morrer em relativa decadência, ainda inspira adoração de tantos fãs.
O segredo do rapaz magro era a voz firme, mas bem menos empostada que a de seus antecessores como Francisco Alves. A coloquialidade da dicção de Silva (embora nem tão coloquial para ouvidos de hoje) o transformou num marco que influenciou carreiras díspares como Caetano, Cauby e Agnaldo Timóteo.
O documentário relê, ainda que sem muito detalhismo, os principais motivos que o levaram a uma forte queda na carreira, entre as décadas de 40 e 50. Envolvimentos com drogas e uma paixão atormentada pela atriz de rádio Zezé Fonseca -com direito a um depoimento da viúva do cantor, Lourdes Silva, já morta.
Mas o depoimento que mais ancora o documentário é justamente de um dos principais responsáveis pelo revival de Orlando -e provavelmente uma das inspirações para a realização desta produção: o ator Tuca Andrada, que levou aos palcos um musical sobre a vida do cantor.
O ator, que teve atuação elogiada, conta frutos de sua pesquisa em torno do personagem. Isso dá mais sabor a um documentário que, por suas limitações de tempo, não consegue saciar a curiosidade do ouvinte em relação à música do Cantor das Multidões.


Orlando Silva: O Cantor das Multidões
Quando:
hoje, às 21h30, na STV


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