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DOCUMENTÁRIO
Especial inédito relembra Orlando Silva
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Príncipe do Disco e Rei do Rádio foram alguns dos títulos que
Orlando Silva (1915-1978), carioca
do Engenho de Dentro, recebeu
em sua carreira. Mas tente ouvir
algo dele no rádio hoje em dia.
Não vai rolar. Por isso, o documentário da STV "Orlando Silva -O Cantor das Multidões" surge
como uma bela maneira de conhecer uma de tantas vozes que o
Brasil, o mercado, os programadores e os ouvintes esqueceram.
Alto lá: nem todos. Ainda há senhores e senhoras que se dedicam
a relembrar a trajetória do primeiro artista a entoar "Carinhoso" e "A Rosa", ambas de Pixinguinha. Imagine um artista que,
27 anos depois de morrer em relativa decadência, ainda inspira
adoração de tantos fãs.
O segredo do rapaz magro era a
voz firme, mas bem menos empostada que a de seus antecessores como Francisco Alves. A coloquialidade da dicção de Silva (embora nem tão coloquial para ouvidos de hoje) o transformou num
marco que influenciou carreiras
díspares como Caetano, Cauby e
Agnaldo Timóteo.
O documentário relê, ainda que
sem muito detalhismo, os principais motivos que o levaram a uma
forte queda na carreira, entre as
décadas de 40 e 50. Envolvimentos com drogas e uma paixão
atormentada pela atriz de rádio
Zezé Fonseca -com direito a um
depoimento da viúva do cantor,
Lourdes Silva, já morta.
Mas o depoimento que mais ancora o documentário é justamente de um dos principais responsáveis pelo revival de Orlando -e
provavelmente uma das inspirações para a realização desta produção: o ator Tuca Andrada, que
levou aos palcos um musical sobre a vida do cantor.
O ator, que teve atuação elogiada, conta frutos de sua pesquisa
em torno do personagem. Isso dá
mais sabor a um documentário
que, por suas limitações de tempo, não consegue saciar a curiosidade do ouvinte em relação à música do Cantor das Multidões.
Orlando Silva: O Cantor das Multidões
Quando: hoje, às 21h30, na STV
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