São Paulo, sexta-feira, 22 de julho de 2011 |
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CRÍTICA COMÉDIA Despretensão marca estreia de Hoffman como diretor INÁCIO ARAUJO CRÍTICO DA FOLHA Na arte da atuação, Philip Seymour Hoffman costuma ignorar limites. Ele pode ser astro ou coadjuvante, bom rapaz ou vilão perverso, pode ser gay, machão ou travesti. Talvez por isso Seymour Hoffman tenha decidido invadir um novo caminho, o da direção. O que ele faz com cautela em "Vejo Você no Próximo Verão". Cautela talvez excessiva, já que Hoffman optou por um filme de atores: nenhum risco a correr, nesse particular. Ou antes, havia risco, sim: de certa forma, ele fez esse filme para os colegas de elenco (Amy Ryan e John Ortiz, em particular, se dão bem). Na trama, Hoffman é Jack e Ortiz é Clyde, dois amigos e choferes de limusine. Clyde é casado com Lucy (Daphne Rubin-Vega) e pretende dar um fim à solidão do amigo, apresentando-o à doce Connie (Ryan). O que Jack tem de desajeitado e inexperiente tem de cavalheiro. Se Connie afirma que deseja passear de barco, Jack começa a aprender a nadar. Assim, Jack constrói pouco a pouco laços afetivos com a difícil Connie, com uma delicadeza que soa quase como um manifesto em favor de um cavalheirismo que hoje já não se vê correntemente. Ao mesmo tempo, ele vê aparecerem rachaduras na relação do casal de amigos. Construção a revelar um exagerado apego à simetria, mas que tem a virtude de expor claramente os limites do filme. Por outro lado, pode-se ver ali a história de um homem que se aperfeiçoa, que busca o melhor de si, para mostrar-se à altura da mulher que ama. É o que de melhor existe a reter nesse filme em que Hoffman não parece ter pretensão maior do que usar sua competência como ator para estrear na direção com dignidade. Pretensão pequena, mas preenchida, afinal. VEJO VOCÊ NO PRÓXIMO VERÃO DIREÇÃO Philip Seymour Hoffman PRODUÇÃO EUA, 2010 COM Philip Seymour Hoffman, Amy Ryan e John Ortiz ONDE nos cines Bristol, Frei Caneca Unibanco Arteplex, Lumière e Reserva Cultural CLASSIFICAÇÃO 16 anos AVALIAÇÃO regular Texto Anterior: Crítica/Ação: Longa-metragem se apoia em mistura duvidosa de referências estrangeiras Próximo Texto: Diretor filipino abandona radicalismo Índice | Comunicar Erros |
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