São Paulo, quinta-feira, 22 de agosto de 2002

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CINEMA

Mais de 400 filmes de todo o mundo serão exibidos até 31/8; nova produção brasileira comparece com 104 títulos

Festival de curtas tem sua maior edição

DA REPORTAGEM LOCAL

Com um olho no impacto da nova tecnologia digital na produção cinematográfica, o 13º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo abre na cidade sua maior edição. São 426 filmes de 54 países, divididos por nove salas de São Paulo, mais extensões em Santos, Rio de Janeiro e Porto Alegre.
O festival começa hoje, às 21h, no CineSesc, com exibição apenas para convidados do curta "Equilíbrio & Graça", de Carlos Reichenbach, entre outros. A partir de amanhã, todas as sessões do festival, patrocinado pela Petrobras, são gratuitas.
O evento festeja ainda a maior produção brasileira de curtas dos últimos anos, com 160 inscritos e 104 escolhidos. São esperados 250 convidados, 40 deles estrangeiros. Tudo isso para discutir o que Zita Carvalhosa, diretora do festival, chama de "Formação do Olhar".
"O festival está sempre buscando discutir o que está no ar. Agora, é a nova tecnologia do cinema digital, que amplia o leque de possibilidades de produção em cinema e vídeo. A idéia é: temos mais gente tendo acesso ao equipamento. Mas isso é o suficiente? Temos, ao mesmo tempo, mais gente tendo acesso à formação?"
Para responder, Carvalhosa saca as Oficinas Kinoforum de Realização e Produção Audiovisual. "A formação para futuros cineastas não é necessariamente acadêmica. Pode vir de projetos como esse", diz ela. As oficinas Kinoforum, coordenadas pelo cineasta Christian Saghaard, partiram de nove workshops junto a comunidades jovens de São Paulo. Roteiros foram discutidos, gravados e editados.
Os resultados passam na seção "Formação do Olhar". A primeira exibição será na segunda-feira, às 11h, na Faap. Outras oficinas, realizadas em países como Colômbia, França e Inglaterra, também serão exibidas.

Destaques
Entre as centenas de filmes programados, há destaques de todos os tipos. Na Mostra Internacional, serão exibidos os recentes vencedores de festivais importantes como Cannes, Berlim, Veneza, Moscou, Clermont-Ferrand, Oberhausen, Huesca, Vila do Conde e Tampere. Há ainda a Mostra Latino-Americana e os Programa Especiais.
Mas deve-se atentar para a recente produção brasileira, exibida no Panorama Brasil e na seção Cinema em Curso (filmes feitos em faculdades). "Tivemos um crescimento na produção de 30% ou 40% em relação ao ano passado", afirma o programador associado do festival, Francisco Cesar Filho. "Poucas cinematografias no mundo têm uma produção de curtas tão grande como essa", diz Cesar Filho.
Além dos destacados nas fotos ao lado (todos terão diversas re-exibições), pode-se citar o delicado "Domingo" (MIS, sábado, 18h), de Gustavo Spolidoro, sobre a falta do pai. A figura paterna é vista de modo radicalmente diferente em "Em Nome do Pai" (CineSesc, segunda, 19h), de Júlio Maria Pessoa.
"Palace 2" (MIS, amanhã, 22h), de Fernando Meirelles e Kátia Lund, é uma espécie de rascunho experimental de "Cidade de Deus". Já exibido na Globo, o curta ganha mais força no cinema.
É exibido ainda "Uma Pequena Mensagem do Brasil - Ou a Saga de Castanha e Caju contra o Encouraçado Titanic" (CCBB, amanhã, 18h30), de Walter Salles e Daniela Thomas, com seis minutos. (IVAN FINOTTI)


Veja a programação completa na Ilustrada Online



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