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Radiohead domina maratona de shows
V Festival reuniu 130 mil pessoas na Inglaterra no último fim de semana
Entre as atrações de peso, estavam veteranos como Morrissey e Beck e bandas novas, como Kasabian, Bloc Party e Magic Numbers
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
ENVIADO ESPECIAL A CHELMSFORD
A concorrência era forte
-Morrissey, Beck, Kasabian,
Bloc Party-, mas Thom Yorke
e cia. botaram todos no bolso
assim que pisaram no palco, na
noite do último sábado. Era a
primeira aparição do Radiohead em um festival britânico
nos últimos três anos, e a banda
fez o que se esperava dela: em
um cenário deslumbrante,
apresentou três músicas novas,
enfileirou hits e fez o melhor e
mais longo show do V Festival.
O evento, que aconteceu simultaneamente, no último fim
de semana, em Chelmsford e
em Staffordshire, na Inglaterra,
reuniu 130 mil pessoas em torno de seis palcos (em cada cidade) e de mais de uma centena
de artistas.
O ingresso antecipado para
os dois dias custava 100 libras
(cerca de R$ 400), fáceis de relativizar dado o número de
grandes atrações e tendo em
mente que a entrada para a recente turnê de Madonna na Inglaterra custou até 160 libras
(cerca de R$ 640).
Mas as considerações financeiras ficam em segundo plano
quando o Radiohead entra em
cena, tocando "Airbag", do clássico "OK Computer" (1997),
base do show. Diante de um cenário de dez telões poligonais e
sob uma iluminação estupenda, Yorke faz sua tradicional
dança epiléptica enquanto alterna velhos hits -"Just",
"Creep"- com canções do próximo álbum, como a empolgante "All I Need".
A animação do público confirmou a vitória do Radiohead
como principal atração, mas
antes de a banda se apresentar
tudo levava a crer que o título
seria difícil de decidir.
Marionetes
No mesmo horário, em outro
palco, tocava o Kasabian, uma
das maiores sensações atuais
do Reino Unido, apresentando
seu segundo álbum, "Empire".
O americano Beck, que tocou
antes do Radiohead, foi outro
que entrou no "top 3" da maior
parte da audiência, com o show
mais divertido do fim de semana, com direito a marionetes e
fantasias de urso. Com o repertório do último disco, "Guero",
na ponta da língua, o público
ainda viu Beck desfilar seus
principais sucessos, como "Loser" e "Devil's Haircut".
Quem também poderia clamar para si o título de estrela
maior, mas sofreu com o horário ingrato em Chelmsford, fechando a noite de domingo, foi
Morrissey. Abrindo e fechando
o show com clássicos de sua ex-banda, Smiths -"Panic" e
"How Soon Is Now"-, com
uma imensa foto da escritora
Virginia Woolf como cenário e
elegantes ternos vestindo a
banda, o cantor mostrou que
sua voz continua ótima, sua língua, afiada, e seu público, fiel.
Se é fácil entender a atração
exercida por medalhões, é impressionante ver como bandas
novas magnetizam o público. O
quarteto de neohippies do Magic Numbers, por exemplo, parecia ter anos de carreira quando o público acompanhava com
palmas as músicas de seu único
disco. Bloc Party, Hard-Fi e
Keane -todos estrelas do palco
principal- já são entidades
pop, com suas músicas cantadas por uma audiência bem
eclética. E ainda havia roqueiros cheios de gás -The Dead
60's, The Young Knives, We
Are Scientists, Art Brut- lotando suas tendas nos dois dias.
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