São Paulo, quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Acervo de Glauber ganha sala climatizada

A partir de 2008, milhares de documentos do cineasta, morto há 26 anos, estarão disponíveis na internet

DA SUCURSAL DO RIO

Há 26 anos, Glauber Rocha morreu e, ao menos simbolicamente, nasceu a luta de d. Lúcia Rocha para preservar tudo o que fosse referente ao filho. Anteontem, emocionada, ela inaugurou o Centro de Documentação Lúcia Rocha, sala climatizada em que estarão protegidos os cerca de 50 mil documentos do cineasta: roteiros, peças, originais de livros, artigos de jornal, projetos inéditos ou inacabados e até os papéis que ele, após rascunhar ou desenhar, jogava fora, mas sua mãe recolhia e guardava.
"Ele [Glauber] me disse: "se um dia pudesse reunir toda a minha obra, eu dormiria em paz". Acho que agora ele está dormindo em paz", disse d. Lúcia, 88.
A sala, com controle de temperatura e umidade e à prova de incêndio, fica no casarão de Botafogo (zona sul do Rio) que há 20 anos abriga o Tempo Glauber, instituição criada em 1983. Por enquanto, 17 mil documentos já foram recuperados e acondicionados pela equipe de arquivistas coordenada por Paulo Amar. O restante, acrescido de um conjunto de 7.000 fotografias, estará pronto até março de 2008, quando Glauber completaria 70 anos.
No momento, só é possível acessar a base de dados do acervo nos computadores do Tempo, mas no próximo ano ela estará disponível no site da instituição (www.tempoglauber.com.br), que já ganhou uma versão em inglês e está sendo ampliado.
"Estávamos muito preocupados com a conservação, porque os originais vinham sofrendo com o manuseio e correndo risco de deterioração. Tudo o que foi feito [desde os anos 80] era para chegar nessa sala", afirmou Paloma Rocha, 47, filha mais velha de Glauber e que está à frente da recuperação da obra do pai, patrocinada pela Petrobras.
Depois da restauração de "Deus e o Diabo na Terra do Sol", em 2002, e "Terra em Transe", em 2005, agora é "A Idade da Terra" que ganha sua versão em DVD. O último filme de Glauber será exibido no encerramento do Festival de Veneza (local de seu lançamento, em 1980), em 9 de setembro. Um dia antes, o documentário "Anabazys", feito por Paloma e Joel Pizzini a partir das sobras de "A Idade", passará na mostra paralela Orizontti.


Texto Anterior: Primeiro Jabuti foi dado em 59 a Jorge Amado
Próximo Texto: Artes plásticas: Especial esmiuça telas de Da Vinci e Rafael
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.