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Acervo de Glauber ganha sala climatizada
A partir de 2008, milhares de documentos do cineasta, morto há 26 anos, estarão disponíveis na internet
DA SUCURSAL DO RIO
Há 26 anos, Glauber Rocha
morreu e, ao menos simbolicamente, nasceu a luta de d. Lúcia
Rocha para preservar tudo o
que fosse referente ao filho. Anteontem, emocionada, ela inaugurou o Centro de Documentação Lúcia Rocha, sala climatizada em que estarão protegidos
os cerca de 50 mil documentos
do cineasta: roteiros, peças, originais de livros, artigos de jornal, projetos inéditos ou inacabados e até os papéis que ele,
após rascunhar ou desenhar,
jogava fora, mas sua mãe recolhia e guardava.
"Ele [Glauber] me disse: "se
um dia pudesse reunir toda a
minha obra, eu dormiria em
paz". Acho que agora ele está
dormindo em paz", disse d. Lúcia, 88.
A sala, com controle de temperatura e umidade e à prova
de incêndio, fica no casarão de
Botafogo (zona sul do Rio) que
há 20 anos abriga o Tempo
Glauber, instituição criada em
1983. Por enquanto, 17 mil documentos já foram recuperados e acondicionados pela equipe de arquivistas coordenada
por Paulo Amar. O restante,
acrescido de um conjunto de
7.000 fotografias, estará pronto
até março de 2008, quando
Glauber completaria 70 anos.
No momento, só é possível
acessar a base de dados do acervo nos computadores do Tempo, mas no próximo ano ela estará disponível no site da instituição (www.tempoglauber.com.br), que já ganhou uma
versão em inglês e está sendo
ampliado.
"Estávamos muito preocupados com a conservação, porque os originais vinham sofrendo com o manuseio e correndo risco de deterioração.
Tudo o que foi feito [desde os
anos 80] era para chegar nessa
sala", afirmou Paloma Rocha,
47, filha mais velha de Glauber
e que está à frente da recuperação da obra do pai, patrocinada
pela Petrobras.
Depois da restauração de
"Deus e o Diabo na Terra do
Sol", em 2002, e "Terra em
Transe", em 2005, agora é "A
Idade da Terra" que ganha sua
versão em DVD. O último filme
de Glauber será exibido no encerramento do Festival de Veneza (local de seu lançamento,
em 1980), em 9 de setembro.
Um dia antes, o documentário
"Anabazys", feito por Paloma e
Joel Pizzini a partir das sobras
de "A Idade", passará na mostra paralela Orizontti.
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