GABRIELA LONGMAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Ao escrever sobre a obra de Oswaldo Goeldi (1895-1961), o crítico Rodrigo Naves apontou para o fato de que nela "os homens que vagam pelas superfícies negras de suas gravuras não têm para onde ir, embora estejam sempre a caminho".
Trinta e nove dessas belas "superfícies negras" estarão expostas a partir de hoje no Estúdio Buck, numa mostra com a curadoria de Lani Goeldi, diretora do Instituto Oswaldo Goeldi e sobrinha-neta do artista.
Pertencentes ao colecionador André Buck, as gravuras preenchem duas salas, ordenadas cronologicamente. Ao contemplar a produção do artista entre 1927 a 1957, os trabalhos acabam por revelar seu amadurecimento como gravurista.
Muitas das obras retratam homens trabalhando -na pesca, no garimpo-, tema sempre tão caro a Goeldi; outras têm esse caminhar errante a que Naves se refere; é o caso de "A Chuva", de 1957.
Álbuns ilustrados pelo artista, dois vídeos e um poema de Drummond ("A Goeldi") completam a exposição.