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Até Sasha entra no universo cordelista
da Reportagem Local
"Neil Armstrong entrou/ Na
igreja de São Jorge/ Procurando
uma relíquia/ Pra trazer no seu alforge/ De volta leva um coice/ Do
cavalo de São Jorge."
Braulio Tavares não foi o primeiro autor a misturar o universo
do cordel ao das histórias espaciais. O trecho acima faz parte de
um cordel publicado à época da
chegada do homem à Lua.
Além de trazer histórias de temática medieval, narrativas com
cangaceiros e relatos sobre a vida
de santos, o cordel também trata
de temas atuais.
"O nascimento de Sasha, a derrota do Brasil na Copa ou o tiro
que levou Gerson Brenner também são temas de livros de cordel", diz Braulio Tavares.
O gênero se inspira na literatura
popular escrita em versos feita na
Europa do século 17. A tradição foi
trazida ao Brasil pelos colonizadores portugueses.
Registros indicam que o primeiro livro de cordel foi publicado em
1870. Um dos mais populares autores do gênero, o paraibano
Leandro Gomes de Barros
(1865-1918), escreveu mais de mil
folhetos de cordel.
Um folheto de cordel é impresso
em papel barato e costuma trazer
xilogravuras em sua capa.
Os versos de cordel são escritos
em sextilhas (estrofes de seis versos). Cada verso deve ter sete sílabas -oito, se a última for átona.
As rimas acontecem no segundo,
no quarto e no sexto versos.
Os temas e a linguagem dos cordéis influenciaram autores como o
escritor Ariano Suassuna, em peças como "Uma Mulher Vestida
de Sol" e "Auto da Compadecida", e João Cabral de Melo Neto,
em "Morte e Vida Severina".
O cineasta Glauber Rocha levou
o universo temático do cordel
também para as telas, com filmes
como "Deus e o Diabo na Terra
do Sol" e "O Dragão da Maldade
Contra o Santo Guerreiro".
(BG)
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