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Especialistas divergem sobre decisão do TRF
DA REPORTAGEM LOCAL
A decisão da desembargadora Anna Maria Pimentel, presidente do Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª região, de
proibir a exibição do "Domingo Legal" na tarde de ontem
por conta de uma entrevista
que teria sido uma fraude, causou polêmica entre advogados.
O presidente da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB),
Rubens Approbato Machado,
afirmou ser "contra qualquer
tipo de cerceamento à liberdade de imprensa". Embora não
tenha qualificado a decisão da
juíza como censura, Approbato se mostrou preocupado com
a proibição.
"Não se pode simplesmente
cortar o jornal ou vetar a exibição de um programa, o que não
significa que [os programas]
podem agir sem responsabilidade", afirmou.
Ives Gandra Martins disse
que a Constituição Federal garante a "liberdade total de expressão, desde que se preservem valores éticos e da família". Ele afirmou que, "em tese,
há uma liberdade de apresentação, desde que não se atinja a
dignidade das pessoas e, mesmo se isso ocorrer, há a possibilidade de ressarcimento".
O criminalista Luiz Flávio
Gomes achou "corretíssima" a
decisão da desembargadora federal. Gomes considerou a decisão "moralizadora". Além
disso, para o criminalista, o
episódio serve para "criar um
senso de responsabilidade".
Já Walter Ceneviva está convencido de que a decisão da
Justiça caracteriza-se como
censura. "Se falha houve, deve
ser punida no futuro, não de
maneira liminar."
Ele afirmou que "se se tolera a
restrição a um programa por
um episódio isolado, tem-se de
aceitar a restrição a outros programas também de conteúdo
desrespeitoso".
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