DA REDAÇÃO

Mais do que um coletivo, do que um conglomerado que organiza festas, produz novos artistas e gerencia uma marca de roupas, o Soul II Soul é hoje também uma espécie de "agência de viagens".
Mas, antes: com "Club Classics, Vol. 1", Jazzie B. e seus aliados Nellee Hooper e Philip Harvey produziram, em 1989, um dos mais influentes discos da dance music.
O álbum trazia uma novidadeira mistura de r&b, funk, soul norte-americano e disco que alcançou o primeiro lugar da parada pop britânica. O grupo tornou-se grande, lançou logo depois outro hit nas lojas, "Vol. 2: 1990 - A New Decade" e se acomodou.
Hooper deixou o grupo e foi trabalhar como produtor de gente como Björk, Massive Attack e U2. O Soul II Soul chegou a lançar ainda outros dois discos (o último há nove anos...), e Jazzie passou a se dedicar à sua marca de roupas, à produção de artistas jovens, a shows e a um festival anual nas Antíguas, que, em abril, teve sua segunda edição. Ele até organizou um pacote turístico na Inglaterra para levar os fãs ao evento.
"Tenho uma casa lá, então decidi organizar esse festival. Tomamos conta dos fãs por dez dias, e levamos os melhores DJs do Reino Unido, como Norman Jay e Trevor Nelson", disse à Folha.
Jazzie virá ao Brasil para tocar nas duas noites no palco principal do BMF-E, com o chamado Soul II Soul Soundsystem. "Nesse tipo de apresentação, focamos nos cantores. Seremos dois DJs, e três MCs -dois deles não posso contar quem são. É uma surpresa."
"Faremos um set eclético, tocando desde r&b, música britânica, coisas novas, muitas canções do Soul II Soul, vários remixes. Será como uma animada festa num grande clube."
Quando questionado sobre o "segredo" de sua banda, que no final dos anos 80 explodiu na Europa, Jazzie se mostra surpreso:
"Gostaria de honestamente falar que eu sei a razão, mas a verdade é que eu realmente não sei. Não entendo até hoje. Acho que tem a ver com a época em que aparecemos; havia um clima favorável à nova música no Reino Unido. Não há um segredo. Essas coisas acontecem de tempos em tempos.
Sobre novo CD, ele diz que terá outro, mas "sem pressão". (TN)


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