São Paulo, quinta-feira, 22 de setembro de 2005

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SHOW

Slipknot reencena o metal mascarado

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REPORTAGEM LOCAL

O fenômeno do rock mascarado não é novo. De Alice Cooper a Kiss, passando por Insane Clown Posse e Marilyn Mason, muita gente já pintou a cara -ou vestiu máscaras- em prol da teatralidade do gênero. Na nova leva de bandas do chamado nu-metal, o Slipknot, cujo show "Disasterpieces" é exibido hoje, às 16h, pelo Multishow, dá continuidade à tradição, com seus nove integrantes se apresentando mascarados.
A banda americana -que toca amanhã em São Paulo e no domingo no Rio- tem noção da importância (publicitária, ao menos) de suas máscaras. No show, gravado na London Arena, eles não aparecem sem elas nem mesmo no camarim e na passagem de som. A banda sabe que o público, basicamente adolescente, (ainda) quer ver aquilo. "As máscaras são o Slipknot. As pessoas vão aos shows querendo nos ver com elas", disse o percussionista Chris Fehn em entrevista à Folha.
Às máscaras somam-se os indefectíveis apetrechos satânicos no palco: lá estão cabeças de bode, de bezerros, pentagramas e o número 666. A mise-en-scène se justifica: não seria pelo som que o Slipknot se diferenciaria. Oscilando entre o thrash e o nu-metal, as nove criaturas não fazem nada mais novo ou interessante do que já foi visto em bandas com menos da metade dos integrantes.
Os fãs, obviamente, não concordam (ou não se importam) com isso. A massa pula, faz roda e canta junto músicas como "People = Shit", "New Abortion" e "The Heretic Anthem", cujos títulos já explicitam a linha "quanto mais chocante, melhor" da banda.
O problema para o Slipknot é que o nível de "chocante" no mundo do metal já subiu a níveis tão bizarros que o teatrinho da banda fica parecendo infantil. Para quem já viu, por exemplo, Marilyn Mason se cortar com vidro e fazer sexo oral em seu guitarrista, as simulações de masturbação dos noves mascarados não passam de brincadeira de garotos.


Slipknot - "Disasterpieces"
Quando:
hoje, às 16h, no Multishow


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