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Crítica
Scissor Sisters exala grudento espírito disco e faz dançar
DA REPORTAGEM LOCAL
O nome do disco é estúpido, mas, até aí, o ridículo e o absurdo são
parte do charme do Scissor Sisters. Então, bem-vindo a "Ta
Dah", um mundo em que a sexualidade é ambígua, os clubes
tocam KC and the Sunshine
Band, e o visual é montado a
partir do "quanto mais exagerado, melhor".
Enquanto o disco anterior,
homônimo, trazia um Scissor
Sisters mais electro, emprestando timbres dos anos 80, "Ta
Dah" é pura disco music -mas
tendo o pop como destino final.
Mesmo com a temática gay
presente em algumas canções,
mesmo com canções tocadas à
exaustão nas mais variadas pistas, mesmo com o teor irônico
que apimenta suas letras, o
Scissor Sisters é universal, para
todos, para ser ouvido em qualquer hora e lugar.
Em "Ta Dah", não há nada
como "Confortably Numb", o
cover do Pink Floyd que apresentou o quinteto americano
ao mundo em 2003. Mas tem "I
Don't Feel Like Dancin'", o primeiro single, que tem participação de Elton John no piano.
A faixa exala um espírito disco tão grudento que vendeu 45
mil downloads na Europa e é
capaz de fazê-lo dar uma de
John Travolta em público sem
o menor constrangimento.
Bee Gees, Abba, até Supertramp são evocados em "Ta
Dah", em músicas como
"Lights" e "I Can't Decide"
-esta, em meio a um banjo-disco e clima velho oeste, traz
Jake Shears cantando "Não
consigo decidir/ Se você deve
viver ou morrer".
Ana Matronic, que divide os
vocais com Jake Shears, é quem
puxa a ótima "Kiss You Off"
-música que não ficaria estranha no disco novo de Madonna.
"Paul McCartney" está mais
para Wings do que para Beatles; "She's My Man" é evoca o
pop oitentista e "Might Tell
You Tonight" é balada bonita.
Prepare-se para "Ta Dah".
(TN)
TA DAH
Artista: Scissor Sisters
Lançamento: Universal (até o final de setembro)
Quanto: a definir
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