|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Crítica
"Sam's Town" mostra um Killers mais experiente
DO ENVIADO ESPECIAL A BLACKPOOL
"Sam's Town", o segundo disco do quarteto norte-americano The Killers, é nitidamente o
resultado de um processo de
crescimento da banda.
Dois anos depois de serem
catapultados para a fama com o
lançamento de "Hot Fuss", os
garotos de 20 e poucos anos estão mais maduros, como indivíduos e como músicos.
Amadurecidos, eles souberam aproveitar as vantagens
que a fama trouxe -mais dinheiro, mais tempo para gravar, melhor produção- para fazer um bom álbum, superior ao
primeiro.
Sim, os sintetizadores que
deram o tom "anos 80" ao disco
de estréia ainda estão aqui, como mostra o primeiro single,
"When You Were Young". Mas,
como a mesma faixa prova, há
muito mais -guitarra, bateria,
barulho, enfim- para driblar o
monopólio dos teclados.
"Experimentamos muito no
estúdio. Esse parece nosso primeiro disco de verdade", afirma o baixista Mark Stoermer.
"Estávamos empolgados, tínhamos diversas idéias e a possibilidade de executá-las", diz o
vocalista Brandon Flowers.
Brincando com o mundo de
possibilidades que lhes foi
aberto, os Killers chegaram a
um álbum mais coeso e bem
acabado.
Baixo e guitarra
É um prazer notar, por exemplo, que o baixo de Stoermer
comanda a ótima "Uncle
Jonny", que conta a história do
tio junkie do vocalista Brandon
Flowers. A guitarra de David
Keuning está muito mais presente, desde a abertura do disco, com a excelente faixa-título,
até canções como "For Reasons
Unknown".
E, se o novo disco não traz de
cara um hit grudento como
"Somebody Told Me", há tonalidades pop elaboradas, em
canções como "Bones".
As letras de "Sam's Town"
são outro capítulo do processo
de amadurecimento da banda.
O título é tirado do nome de um
cassino em Las Vegas, cidade-natal do quarteto. Ao contrário
do primeiro álbum, que alternava ficção e realidade, aqui as
histórias são todas reais, pessoais e reflexivas.
"Sinto que, nos últimos anos,
me tornei o tipo de homem que
vou ser para o resto da minha
vida, e este álbum captura esse
processo", explica Flowers.
É esse Killers mais consistente que o Brasil deve ver em
2007. "Estamos fazendo planos
para ir para a América do Sul no
ano que vem, quando a turnê
estiver a todo vapor. Sempre
quis ir ao Rio", diz Flowers.
O jornalista MARCO AURÉLIO CANÔNICO viajou a convite da Universal
SAM'S TOWN
Artista: The Killers
Gravadora: Universal
Lançamento: até o final de setembro
Quanto: a definir
Texto Anterior: Crítica: Scissor Sisters exala grudento espírito disco e faz dançar Próximo Texto: Mônica Bergamo Índice
|