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Cansei de ser indie
De volta ao Brasil, a banda Cansei de Ser Sexy prepara terceiro álbum e sonha com a primeira turnê nacional fora do esquema amador que marcou seu princípio
Marisa Calduro/Folhapress
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Lovefoxxx, Adriano Cintra, Carolina Parra, Ana Rezende (debaixo da mesa) e Luiza Sá (no computador) no estúdio em que gravam o novo CD, em SP
MARCUS PRETO
DE SÃO PAULO
Gravando o terceiro álbum, o Cansei de Ser Sexy
-ou CSS, como foi rebatizado para facilitar a pronúncia
em língua inglesa- está de
volta ao Brasil. Para morar
-mas não para tocar.
Com sete anos de carreira
(dos quais mais de três foram
vividos em Londres), a banda
já fez shows em todos os cantos do mundo.
Estiveram na China, Japão, Austrália, Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Reino Unido, Finlândia,
Portugal etc.
Na maior parte desses países, passaram mais de uma
vez. Em alguns, muitas. Mas,
ironicamente, ainda esperam o momento de fazer a
primeiríssima turnê aqui, no
país em que nasceram.
A única apresentação brasileira da banda desde que
eles "fugiram para o mundo", em 2006, aconteceu no
Festival Planeta Terra de
2007. Depois, nunca mais.
"As pessoas [no Brasil] até
chamam a gente, mas é pra
tocar no quintal da casa de
alguém -o que, a essas alturas, não dá pra fazer", diz a
guitarrista Ana Resende.
É a memória do que eles
foram. Até o lançamento do
primeiro disco, em 2005, o
Cansei era conhecido, sobretudo no circuito alternativo
paulistano, por shows completamente despretensiosos,
em qualquer buraco que lhes
oferecesse abrigo e alguma
bebida de graça.
E, dá para apostar, ainda
estariam nesse esquema
mambembe se não tivessem
ido tentar a vida lá fora.
"RONALDINHO"
Ainda em 2006, arrancaram declarações entusiasmadas de importantes publicações estrangeiras -como o
"NME" e a "Uncut"- que os
chamavam de "uma das dez
bandas novas mais quentes
do mundo", "a coisa mais espantosa a sair do Brasil desde
Ronaldinho Gaúcho".
Sob esse calor, a banda
lançou em 2008 o segundo
álbum, "Donkey", em quase
todos aqueles países já citados nesta reportagem.
Emplacou músicas em trilhas de videogames, seriados
e comerciais (ganharam uma
boa grana quando "Music Is
my Hot Hot Sex", do primeiro
disco, foi escolhida para o
lançamento mundial do iPod
Touch, da Apple).
Mas, tudo isso, longe dos
olhos brasileiros. Eles cresceram, mas, aqui em casa, ninguém se deu conta disso.
A baterista Carolina Parra
afirma que, hoje, toda a estrutura do CSS está na Inglaterra -de cenário e equipamento a equipe. Empresário,
assistente de palco, iluminador, técnico de som -"o mesmo que trabalha com o Motorhead e o AC/DC".
"A gente sabe que tudo isso é caro e vai dificultar muito a viabilização dessa primeira turnê brasileira", diz.
"Mas por que aqui abriríamos mão das coisas boas que
a gente conquistou e faríamos um show de qualquer
jeito? Faria algum sentido?"
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