DA REPORTAGEM LOCAL

Cinqüenta anos após sua morte, Oswald de Andrade continua nascendo. No próximo dia 6 será lançado o volume "Feira de Sextas", com 21 textos do escritor nunca reunidos em livro (e três só impressos em obra esgotada).
Publicadas entre maio de 1943 e dezembro de 1945, as crônicas que serão publicadas pela editora Globo (que vem reeditando as obras completas de Oswald) foram descobertas em árduo trabalho de garimpo da pesquisadora Gênese Andrade. Ela conta que leu, página por página, todas as edições publicadas do início de 1943 até 1946 de quatro jornais com os quais Oswald de Andrade colaborou: "Folha da Manhã" (embrião da Folha), "O Estado de S. Paulo", "Diário de S. Paulo" e o carioca "Correio da Manhã".
Os 24 artigos encontrados, boa parte deles publicados em seção com o nome que batiza o livro, podem ser divididos, segundo ela, em quatro temas.
Alguns textos tratam da Segunda Guerra, outros discutem questões políticas brasileiras e um terceiro conjunto aborda literatura. O último grupo ela chama de "arte de combate": três polêmicas (duas envolvendo artes plásticas) nas quais Oswald se enfiou.
"É um trabalho da maior importância para a compreensão do lado jornalista do Oswald", opina o professor Jorge Schwartz, que sublinha o valor dos textos dele sobre o Departamento de Imprensa e Propaganda (que censurou o escritor de 44 a 45). "Os artigos comprovam o que sinalizava o livro "Ponta de Lança". Oswald acompanhava com muita atenção o que acontecia no país e no exterior", diz Gênese. (CEM)


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