São Paulo, segunda-feira, 22 de outubro de 2007

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Crítica

Não há "Terra em Transe" sem Paulo Autran

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Não há Paulo Autran sem "Terra em Transe" (Canal Brasil, 2h), assim como não há "Terra em Transe" sem Paulo Autran. É o seu único papel no cinema, a rigor. O resto são umas participações.
Isso porque só Glauber Rocha tinha esse sopro épico à altura do ator, capaz de fazer de Porfirio Diaz, o novo senhor de Eldorado, um personagem gentil, enérgico, carismático, sofisticado e duro. Enfim, alguém muito consciente da luta de classes que travava. Seu perfil, o vento soprando no rosto, segurando a cruz com uma das mãos, já era uma foto oficial de seu governo.
Não é possível, neste filme notável, esquecer de Jardel Filho, o Paulo Martins, nem dos outros. É menos ainda possível esquecer que o cinema, naquele momento (1967) pensava o Brasil com uma originalidade que nunca voltaria a reencontrar.
É interessante verificar como hoje o pensamento único cinematográfico classifica Rocha, nosso maior cineasta, de "chato". Falar é fácil.


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