|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Cia. 2 do Balé da Cidade dança nas alturas
Bailarinos mostram experimentação coreográfica "Meta-Sensoriais" na cúpula do Municipal de São Paulo
ADRIANA PAVLOVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Depois de ter posto o público
no palco do Teatro Municipal
na abertura de sua temporada
de 2007, agora a Cia. 2 do Balé
da Cidade de São Paulo vai fechar o ano levando seus cultores para o topo daquele prédio
histórico. A partir de amanhã, a
cúpula do Municipal servirá de
palco para o novo trabalho da
companhia. É ali, a uma altura
equivalente a sete andares, que
a face mais madura do Balé da
Cidade apresenta mais uma
pesquisa coreográfica, o espetáculo "Meta-Sensoriais".
Dirigido pela coreógrafa, bailarina e atriz Mariana Muniz, o
grupo formado por sete experientes bailarinos aceitou e foi
além no desafio proposto pelo
diretor artístico do teatro, o
maestro Jamil Maluf, para que
se explorasse outra vez um espaço pouco conhecido do Municipal. Na sala arredondada, os
bailarinos mostrarão um trabalho dividido em sete cenas, que
ocorrem ao redor da platéia.
"As cenas são encontros dos
bailarinos e acontecem como
um percurso em diferentes
partes da sala. O público escolhe como vai assistir: sentado
em cadeiras, no chão ou em pé.
Faz parte ainda do espetáculo
observar a estrutura que dá forma à cúpula. Assim como ela,
queremos que a platéia perceba
a estrutura que dá forma aos
movimentos", diz Muniz.
Na prática, a diretora foi convidada pelos bailarinos para organizar uma pesquisa coreográfica já em curso. Durante
boa parte deste ano, o grupo
criou movimentos a partir dos
encontros físicos entre eles. Ou
melhor, das reações sensoriais
nascidas destes encontros.
"Eles se tocaram tanto, investindo numa escuta corporal
de si próprios e do outro, que
agora, em cena, ninguém fica
necessariamente grudado. Há
tanta cumplicidade que o reconhecimento do outro se dá
mesmo que estejam afastados
fisicamente", diz Muniz.
A diretora faz questão de ressaltar que não existe nenhuma
história atrelada às coreografias, muito embora eles tenham
trabalhado influenciados por
Hélio Oiticica e pela poesia de
Manoel de Barros. Do artista
plástico, se inspiraram nas propostas de experimentação corporal com os parangolés, enquanto usaram um poema de
Barros, "Prefiro as Máquinas",
como guia para a cena de uma
bailarina solitária.
Para chegar até o palco de
"Meta-Sensoriais", o público
-de, no máximo, cem pessoas
por sessão- fará um pequeno
tour por dentro do Municipal.
Ao lado da bilheteria, será necessário pegar um elevador até
o quinto andar, onde haverá
uma exposição sobre a criação
do espetáculo. Depois, serão
mais alguns lances de escada
até o sétimo andar, com direito
a janelas redondas exibindo os
telhados do centro de SP.
META-SENSORIAS
Quando: amanhã e dias 24, 27 e 28, às
21h; dia 25, às 20h
Onde: Teatro Municipal (pça. Ramos
de Azevedo, s/nº, tel. 0/xx/11 3222-8698)
Quanto: R$ 10
Texto Anterior: Festival destaca obra de Bertolucci Próximo Texto: Cinema: Ciclo no Rio destaca diretores e filmes brasileiros e africanos Índice
|