São Paulo, quinta-feira, 22 de novembro de 2007

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Cia. 2 do Balé da Cidade dança nas alturas

Bailarinos mostram experimentação coreográfica "Meta-Sensoriais" na cúpula do Municipal de São Paulo

ADRIANA PAVLOVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Depois de ter posto o público no palco do Teatro Municipal na abertura de sua temporada de 2007, agora a Cia. 2 do Balé da Cidade de São Paulo vai fechar o ano levando seus cultores para o topo daquele prédio histórico. A partir de amanhã, a cúpula do Municipal servirá de palco para o novo trabalho da companhia. É ali, a uma altura equivalente a sete andares, que a face mais madura do Balé da Cidade apresenta mais uma pesquisa coreográfica, o espetáculo "Meta-Sensoriais".
Dirigido pela coreógrafa, bailarina e atriz Mariana Muniz, o grupo formado por sete experientes bailarinos aceitou e foi além no desafio proposto pelo diretor artístico do teatro, o maestro Jamil Maluf, para que se explorasse outra vez um espaço pouco conhecido do Municipal. Na sala arredondada, os bailarinos mostrarão um trabalho dividido em sete cenas, que ocorrem ao redor da platéia.
"As cenas são encontros dos bailarinos e acontecem como um percurso em diferentes partes da sala. O público escolhe como vai assistir: sentado em cadeiras, no chão ou em pé.
Faz parte ainda do espetáculo observar a estrutura que dá forma à cúpula. Assim como ela, queremos que a platéia perceba a estrutura que dá forma aos movimentos", diz Muniz.
Na prática, a diretora foi convidada pelos bailarinos para organizar uma pesquisa coreográfica já em curso. Durante boa parte deste ano, o grupo criou movimentos a partir dos encontros físicos entre eles. Ou melhor, das reações sensoriais nascidas destes encontros.
"Eles se tocaram tanto, investindo numa escuta corporal de si próprios e do outro, que agora, em cena, ninguém fica necessariamente grudado. Há tanta cumplicidade que o reconhecimento do outro se dá mesmo que estejam afastados fisicamente", diz Muniz.
A diretora faz questão de ressaltar que não existe nenhuma história atrelada às coreografias, muito embora eles tenham trabalhado influenciados por Hélio Oiticica e pela poesia de Manoel de Barros. Do artista plástico, se inspiraram nas propostas de experimentação corporal com os parangolés, enquanto usaram um poema de Barros, "Prefiro as Máquinas", como guia para a cena de uma bailarina solitária.
Para chegar até o palco de "Meta-Sensoriais", o público -de, no máximo, cem pessoas por sessão- fará um pequeno tour por dentro do Municipal.
Ao lado da bilheteria, será necessário pegar um elevador até o quinto andar, onde haverá uma exposição sobre a criação do espetáculo. Depois, serão mais alguns lances de escada até o sétimo andar, com direito a janelas redondas exibindo os telhados do centro de SP.


META-SENSORIAS
Quando:
amanhã e dias 24, 27 e 28, às 21h; dia 25, às 20h
Onde: Teatro Municipal (pça. Ramos de Azevedo, s/nº, tel. 0/xx/11 3222-8698)
Quanto: R$ 10


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