São Paulo, quinta-feira, 22 de novembro de 2007

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Crítica

Sushi Hiroshi serve o peixe cru com boa variedade e cortes desiguais

JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA

Depois que os restaurantes japoneses expandiram seu território para além do bairro da Liberdade, foram ganhando não somente os bairros de maior concentração gastronômica como toda a cidade.
O bairro de Santana, por exemplo, sedia há pouco mais de dez anos o Sushi Hiroshi, que surgiu na avenida Brás Leme, mas, desde 2004, ocupa um imóvel bem maior, ainda nas imediações.
O restaurante nasceu de uma saga de dois irmãos nisseis, nascidos na Grande São Paulo. Um deles, Julio Ogawa, 36, é o sushiman e chef de cozinha. Seu percurso iniciou-se aos 12 anos de idade, quando começou a trabalhar na área como auxiliar, no Rio de Janeiro. Voltando a São Paulo, passou por casas como o Semba e o antigo Suntory. Seu irmão Francisco, 38, fez outro caminho, que o levou a trabalhar no Japão como dekassegui, durante seis anos. Nesse período, juntou dinheiro para voltar e abrir com Julio, em 1997, o Sushi Hiroshi.
A proposta da casa é concentrar-se especialmente nos sushis e sashimis -o que não significa que não haja pratos quentes como os teppans (de carne, vários peixes, frutos do mar), os tempuras e pratos de massas (yakissoba, udon, soba). Mas o foco é o peixe cru e servido à la carte (não há rodízio, mesmo no almoço: aqui a fórmula é a do teishoku, com menus fixos).
Nesse departamento, pode haver uma variedade maior de ofertas, embora isso dependa do dia. De toda forma, embora o cardápio use a preguiçosa expressão "peixe branco", é possível conseguir três ou quatro variedades somente nesta rubrica. Ademais, sempre há ostras, mexilhões, ovas de ouriço-do-mar.
Os cortes dos peixes são desiguais, há sushis onde há mesmo uma aparência de desleixo nas fatias, mas os peixes são geralmente bons. E o arroz, que poderia ser mais compacto, é satisfatório. Além dos formatos tradicionais, o Hiroshi apresenta variações: finas fatias de peixe ou polvo temperadas como salada; sushi de atum branco grelhado e molho agridoce (em outras abunda o cream-cheese). Quando servidos num dia de boa variedade, podem constituir um bom deleite, turbinado com moluscos, ovas, filhotes de enguia, vieiras e atum gordo.


josimar@basilico.com.br

SUSHI HIROSHI
Avaliação: regular
Endereço: r. Capitão Manoel Novaes, 189, Santana, tel. 0/xx/11/ 6979-6677
Funcionamento: seg. e ter., das 11h30 às 14h30 e das 18h30 às 23h30; qui. e sex., das 11h30 às 14h30 e das 18h30 às 23h30; sáb., das 12h às 15h e das 18h30 às 23h30; dom., das 12h às 15h e das 19h às 22h30
Ambiente: balcão grande no térreo, mesas no andar superior, bastante espaço
Serviço: atencioso, embora mais rarefeito em cima
Vinhos: saquê, mas sem grande variedade
Cartões: todos
Estacionamento: não tem
Preços: entradas, R$ 2,20 a R$ 37; combinados, R$ 22 a R$ 135; pratos, R$ 18,50 a R$ 77; sobremesas, R$ 2,80 a R$ 13


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