São Paulo, Quarta-feira, 22 de Dezembro de 1999


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Le Parc atrai com movimento

do enviado a Porto Alegre

Os 34 trabalhos da mostra retrospectiva de Julio Le Parc apresentados na Bienal do Mercosul são os que mais cativam o espectador, que se vê facilmente envolvido pelo turbilhão de cores, sons, luzes e movimentos criados pelo artista argentino, radicado em Paris há 40 anos.
Le Parc é um dos adeptos da arte cinética, movimento surgido na Europa nos anos 50, baseada nas experiências de dadaístas e construtivistas russos, que pretendia dar movimento -real ou ilusório- à arte, propiciando ao espectador a possibilidade de interação e dando a ele novas noções de tempo, espaço, cor e ritmo. Outros dois artífices do movimento são o venezuelano Soto e o brasileiro Palatnik.
Nos anos 60, Le Parc realizou suas primeiras experiências na área, ainda rudimentares, como espelhos reticulados de face dupla em que o espectador vê seu rosto transformado e óculos com lentes transformadas.
Le Parc criou ainda ambientes plurissensoriais em que o espectador se vê envolvido em uma pirotecnia mecânica e ótica de cores, luzes e movimentos.
Os trabalhos de Le Parc se fundam na arte cinética, mas ainda conservam as raízes geométrico-construtivas tão caras à arte latino-americana e nas quais o artista se formou. O artista guarda ainda relações com os acúmulos de Arman, os móbiles de Alexander Calder, os relevos espaciais de Lucio Fontana. (CF)

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