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Le Parc atrai com movimento
do enviado a Porto Alegre
Os 34 trabalhos da mostra retrospectiva de Julio Le Parc apresentados na Bienal do Mercosul
são os que mais cativam o espectador, que se vê facilmente envolvido pelo turbilhão de cores, sons,
luzes e movimentos criados pelo
artista argentino, radicado em Paris há 40 anos.
Le Parc é um dos adeptos da arte cinética, movimento surgido
na Europa nos anos 50, baseada
nas experiências de dadaístas e
construtivistas russos, que pretendia dar movimento -real ou
ilusório- à arte, propiciando ao
espectador a possibilidade de interação e dando a ele novas noções de tempo, espaço, cor e ritmo. Outros dois artífices do movimento são o venezuelano Soto e
o brasileiro Palatnik.
Nos anos 60, Le Parc realizou
suas primeiras experiências na
área, ainda rudimentares, como
espelhos reticulados de face dupla
em que o espectador vê seu rosto
transformado e óculos com lentes
transformadas.
Le Parc criou ainda ambientes
plurissensoriais em que o espectador se vê envolvido em uma pirotecnia mecânica e ótica de cores, luzes e movimentos.
Os trabalhos de Le Parc se fundam na arte cinética, mas ainda
conservam as raízes geométrico-construtivas tão caras à arte latino-americana e nas quais o artista
se formou. O artista guarda ainda
relações com os acúmulos de Arman, os móbiles de Alexander
Calder, os relevos espaciais de Lucio Fontana.
(CF)
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