São Paulo, Quarta-feira, 22 de Dezembro de 1999


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Iberê se destaca em casa

do enviado a Porto Alegre

A mostra do gaúcho Iberê Camargo (1914-1994) na 2ª Bienal do Mercosul é a prova de que, às vezes, santo de casa também pode fazer milagres. Curada por Lisette Lagnado, a mostra apresenta cerca de 80 trabalhos do artista.
O mérito da mostra é provar que Iberê manteve durante toda a sua produção uma coerência e uma continuidade, perceptível no momento em que se nota que muitas das formas por ele utilizada são recorrentes ou desenvolvimentos de uma mesma idéia. É possível notar, por exemplo, como seus carretéis se modificam com o passar dos anos, chegando até se transformar em formas humanas estilizadas ou nas bicicletas de sua série de ciclistas.
"Procurei fazer uma mostra que indicasse a continuidade de seu trabalho, que mostrasse que não existem grandes cisões em suas passagens pela abstração, pela figuração e pelo expressionismo", já disse a curadora.
Confiante na transparência da mostra, a curadora evitou incluir nela textos explicativos sobre Iberê e optou por uma pequena biografia e frases do próprio artista.
Outro destaque da mostra é a opção por trabalhos com um paleta mais escura. A intenção da curadora foi mostrar que esse lado sombrio já existia quando Iberê vivia no Rio e não foi uma consequência de sua volta ao RS, nos 80. Lagnado é autora do livro "Conversações com Iberê Camargo" (Iluminuras). Essa é a sua primeira mostra sobre o artista. (CF)


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