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Iberê se destaca em casa
do enviado a Porto Alegre
A mostra do gaúcho Iberê Camargo (1914-1994) na 2ª Bienal do
Mercosul é a prova de que, às vezes, santo de casa também pode
fazer milagres. Curada por Lisette
Lagnado, a mostra apresenta cerca de 80 trabalhos do artista.
O mérito da mostra é provar
que Iberê manteve durante toda a
sua produção uma coerência e
uma continuidade, perceptível no
momento em que se nota que
muitas das formas por ele utilizada são recorrentes ou desenvolvimentos de uma mesma idéia. É
possível notar, por exemplo, como seus carretéis se modificam
com o passar dos anos, chegando
até se transformar em formas humanas estilizadas ou nas bicicletas de sua série de ciclistas.
"Procurei fazer uma mostra que
indicasse a continuidade de seu
trabalho, que mostrasse que não
existem grandes cisões em suas
passagens pela abstração, pela figuração e pelo expressionismo",
já disse a curadora.
Confiante na transparência da
mostra, a curadora evitou incluir
nela textos explicativos sobre Iberê e optou por uma pequena biografia e frases do próprio artista.
Outro destaque da mostra é a
opção por trabalhos com um paleta mais escura. A intenção da
curadora foi mostrar que esse lado sombrio já existia quando Iberê vivia no Rio e não foi uma consequência de sua volta ao RS, nos
80. Lagnado é autora do livro
"Conversações com Iberê Camargo" (Iluminuras). Essa é a sua primeira mostra sobre o artista.
(CF)
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