DA REPORTAGEM LOCAL

Na década de 1930, a ficção científica estava em alta nos Estados Unidos. Com o país mergulhado na Depressão, uma das válvulas de escape da população eram os mundos futurísticos de quadrinhos como "Buck Rogers", onde os heróis tinham vez.
Foi nessa década que surgiu o personagem que se tornaria um dos mais célebres heróis da ficção, Flash Gordon, tema do programa "Biography" que o canal A&E apresenta hoje, às 10h.
Criado pelo cartunista norte-americano Alex Raymond em 7 de janeiro de 1934, no rastro do sucesso de "Buck Rogers", Flash Gordon era o herói perfeito -tão perfeito que definiria boa parte dos estereótipos que vigorariam por muitos anos a partir dali. Loiro, alto, forte, inteligente e infalível, resolvia todos os problemas, deixava todas as mulheres (incluindo as vilãs) apaixonadas e, com seu carisma, ainda transformava vilões em aliados.
O programa trata o excesso de predicados do herói com um leve tom irônico e se ampara em excelentes (e numerosas) imagens de arquivo para mostrar a febre Flash Gordon varrendo os EUA -das tirinhas de jornal passaria aos programas de rádio e às telas de cinema, personificado pelo campeão olímpico de natação Larry "Buster" Crabbe.
Mais tarde, o herói ganharia uma série de TV e até mesmo uma paródia semipornográfica no cinema, "Flesh Gordon".
O enredo básico das histórias mostra as aventuras de Gordon e de seus companheiros -a mocinha Dale Arden e o cientista dr. Hans Zarkov- no planeta Mongo, dominado pelo tirânico imperador Ming, de traços orientais.
Amparada no binômio lugares exóticos/invenções da ciência, a série antecipou diversos utensílios futurísticos (como o laser, a TV e os telefones celulares) e delimitou algumas das "regras" da ficção científica, como as viagens em naves espaciais, os monstros bizarros e o uso de efeitos especiais. (MARCO AURÉLIO CANÔNICO)