São Paulo, sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

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CDs

Rock
Live at the Fillmore East
    
NEIL YOUNG & THE CRAZY HORSE
Gravadora:
Warner; Quanto: R$ 50, em média
A mão pesada na guitarra, a voz algo frágil, acompanhantes coesos e um Fillmore East à espera do maior orgulho do rock canadense. A abertura dos arquivos musicais de Neil Young por ele mesmo começa com a parte elétrica da turnê de 1970, a primeira com um disco montado ao lado da sólida banda Crazy Horse. Delicadeza em "Wonderin", engenho e transe em jams de 16 minutos, como a de "Cowgirl in the Sand"; estes são exemplos de como a brincadeira começa.
POR QUE OUVIR: Young é de uma cepa de artistas que não teme submeter o público a laboratórios de músicas a serem registradas e versões de canções já conhecidas, o que faz de seus shows experiências únicas e primorosas. (MÁRVIO DOS ANJOS)

Samba
Sem Compromisso
    
MOACYR LUZ e ARMANDO MARÇAL
Gravadora:
Deckdisc; Quanto: R$ 24, em média
São apenas 12 faixas, 36 minutos, o violão e a voz de Moacyr Luz e as percussões de Armando Marçal, o Marçalzinho, terceira geração de uma das principais dinastias do samba. Mas nada mais é preciso para que o resultado seja um grande CD. Além da simplicidade dos dois músicos, que não se perdem em firulas, o repertório é impecável, com destaque para as quatro criações da dupla Bide e Marçal (o primeiro da dinastia): "A Primeira Vez", "Agora É Cinza", "Barão das Cabrochas" e "Não Diga a Minha Residência".
POR QUE OUVIR: É raro ouvir um disco de samba tão contido nos arranjos e com repertório tão bem escolhido. (LUIZ FERNANDO VIANNA)

Rock
Pretenders
    
PRETENDERS
Gravadora:
Warner; Quanto: R$ 40, em média
Bem antes de vir morar em São Paulo e se tornar uma militante do Peta, Chrissie Hynde era legal, uma das mulheres mais desejadas do rock à frente do Pretenders. Seus dois primeiros álbuns, justamente os mais interessantes, ganham edições com disco bônus. São os únicos que contam com a formação original da banda, antes do baixista Pete Farndon e o guitarrista James Honeyman-Scott morrerem de overdose.
POR QUE OUVIR: "Pretenders" (1980) e "Pretenders II" (1981) trazem hits como "Kid" e "Message of Love" e mostram como a banda foi uma das mais competentes a levantar a ponte entre o punk e a new wave. (BRUNO YUTAKA SAITO)

Samba
Thaís Gulin
   
THAÍS GULIN
Gravadora:
Rob Digital; Quanto: R$ 22, em média
A curitibana Thaís Gulin estréia com um CD em que a maior qualidade é também um problema. Sua aposta em vários estilos e em arranjos heterodoxos é uma feliz ousadia, mas mostra uma cantora ainda em busca de identidade. As duas canções de Chico Buarque são significativas: a suave "Lua Cheia" ganha riffs de guitarra e marcação de bateria; já o forte tango "Hino de Duran" começa leve, calcado em violão de aço, e depois vira rock. A boa voz de Thaís e os mesmos músicos tocando em todas as faixas dão unidade ao CD.
POR QUE OUVIR: Em músicas como "De Boteco em Boteco" (Nelson Sargento) e "78 Rotações" (Jards Macalé/Capinam), Thaís exibe todo o seu potencial. (LFV)

Instrumental
Monte Pascoal
   
MONTE PASCOAL
Gravadora:
independente; Quanto: R$ 20, em média
Os quatro saxofonistas deste virtuosístico quinteto de Belo Horizonte (MG) tocavam juntos desde 1992, como Minasax, mas adotaram o nome Monte Pascoal com a adesão de um percussionista, em 2002. Essa longa parceria ajuda a explicar a coesão sonora do grupo. O repertório é bem eclético: vai da música brasileira de Guinga ("Baião de Lacan") ao clássico de Debussy ("O Pequeno Negro"). Contato: www.montepascoal.art.br.
POR QUE OUVIR: Além de exibir uma formação instrumental pouco comum, o Monte Pascoal prova que os músicos mais criativos não vêem fronteiras entre o erudito e popular. (CARLOS CALADO)

Pop
Leavin
 
NATALIE COLE
Gravadora:
Verve/Universal; Quanto: R$ 30, em média
Nat "King" Cole era um gênio. Pianista de jazz e cantor pop-romântico, foi um ícone de seu tempo. Infelizmente, sua filha não carrega os mesmos genes. Cantora desde os anos 70, Natalie atingiu o sucesso nos anos 90, quando gravou um mórbido dueto virtual com seu falecido pai, "Unforgettable". Agora, a cantora lança um álbum de versões: há Fiona Apple, Neil Young, Sting. Tudo com a mesma sonoridade pasteurizada de pop com influência de soul.
POR QUE NÃO OUVIR: Ela canta OK, os arranjos são OK, as músicas são OK. Com tanto disco bom por aí, por que se satisfazer com o apenas OK? (RONALDO EVANGELISTA)


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