São Paulo, segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Crítica

Loach é cineasta de esquerda de verdade

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Não me lembro de ver "Mundo Livre" (HBO, 15h40; livre) exibido em cinemas no Brasil, embora assinado por um diretor de renome, Ken Loach, que é um cineasta inglês, de esquerda, e aborda problemas sociais em seus filmes.
Eu disse aborda. Porque a moda mais recente, como no "Quem Quer Ser um Milionário?", de Danny Boyle, consiste em chegar perto de problemas sociais (ou outros) apenas para melhor abortá-los.
Aqui, Ken Loach trata de uma funcionária de agência de empregos que se ocupa, preferencialmente, de imigrantes clandestinos.
Quando é despedida, vê aí a sua chance de abrir a própria agência para recrutar pessoas para trabalho a preços vis.
O sentido do título, mais irônico no original ("It's a Free World", é um mundo livre), está aí: na observação de um mundo cheio de oportunidades para quem saiba explorá-las.
Loach é um cineasta de esquerda de verdade: pensa questões com imagens, não faz demagogia barata.


Texto Anterior: Especial: Canal resgata memórias do Carnaval
Próximo Texto: Resumo das novelas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.